Morador de prédio na Ponta Verde é preso por extorquir, cobrar juros abusivos e lavar dinheiro no interior

Publicado em 27/11/2025, às 07h15
Montagem TNH1
Montagem TNH1

Por Redação

Um morador de Maceió foi preso durante a Operação Juros de Sangue, que visa desarticular um grupo envolvido em extorsão e usura, resultando na apreensão de cerca de R$ 890 mil em bens e valores. A operação cumpriu 10 mandados judiciais em Maceió e Palmeira dos Índios, destacando a gravidade das práticas criminosas na região.

A investigação, que durou aproximadamente um ano e meio, revelou que a vítima principal contraiu um empréstimo informal de R$ 20 mil, mas acabou pagando mais de R$ 45 mil devido a cobranças abusivas e ameaças do principal investigado, que chegou a invadir a residência da vítima. O esquema também envolvia lavagem de dinheiro, com o uso de contas de terceiros para ocultar os lucros das extorsões.

As autoridades, lideradas pelos delegados Rodrigo Temoteo e Bruno Tavares, realizaram a operação com várias equipes da Polícia Civil, reafirmando o compromisso no combate a crimes que impactam a segurança e a economia local. O valor apreendido será resguardado para garantir o ressarcimento da vítima e a perda de bens relacionados à atividade criminosa.

Resumo gerado por IA

O morador de um prédio no bairro de Ponta Verde, na área nobre de Maceió, foi preso nesta quinta-feira (27), durante a Operação Juros de Sangue, com o objetivo de desarticular um grupo envolvido em extorsão, usura pecuniária (cobrança de juros abusivos) e lavagem de dinheiro no interior alagoano. Ao todo, 10 mandados judiciais foram cumpridos em Maceió e em Palmeira dos Índios. O total do que foi apreendido pela polícia se aproxima de R$ 890 mil.

A Polícia Civil informou que as determinações da Justiça foram: um mandado de prisão preventiva; seis mandados de busca e apreensão residencial em endereços vinculados aos investigados; três mandados de busca e apreensão de veículos, totalizando cerca de R$ 560 mil em automóveis apreendidos; e indisponibilidade de valores, alcançando R$ 331 mil.

O valor de R$ 890 mil permanecerá resguardado para garantir o futuro ressarcimento da vítima e o perdimento de bens provenientes da atividade criminosa, conforme relato da polícia.

Assista às imagens da ação:

A operação contou com as equipes da 5ª Delegacia Regional de Polícia, da Diretoria de Inteligência Policial (Dinpol), da Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit), do GEAI, da DRACCO e da SAER.

A investigação

A ação comandada pelo delegado Rodrigo Temoteo, e coordenada pelo delegado Bruno Tavares, titular do Setor de Planejamento Operacional da Polícia Civil, é resultado de uma investigação que apurou um esquema criminoso mantido por aproximadamente um ano e meio, entre o final de 2023 e julho de 2025.

O caso teve início após a vítima principal contrair empréstimos informais no valor de R$ 20 mil. Com o passar do tempo, o principal investigado, de 56 anos, passou a impor cobranças abusivas e reajustes unilaterais, elevando o débito a patamares superiores a 100% do valor original e levando a vítima a pagar mais de R$ 45 mil ao longo do período.

O comportamento ilícito evoluiu para extorsão continuada, com ameaças reiteradas, perseguição, coação para contração de novos empréstimos e intimidações envolvendo eventual perda do emprego da vítima. Em mensagens enviadas por aplicativo, o investigado chegou a alegar falsamente ter conversado com autoridades, numa tentativa de aumentar a pressão.

A situação se agravou quando, durante a madrugada, um indivíduo invadiu a residência da vítima, afirmando estar armado e causando danos a dois veículos da família. Na fuga, utilizou um automóvel que, segundo a investigação, era de uso fático do principal suspeito. O prejuízo material estimado ultrapassa R$ 90 mil, sem contabilizar danos morais.

Ainda, no curso das apurações, também foi identificado um esquema de lavagem de capitais, com o principal suspeito utilizando contas de terceiros — sobretudo familiares — para receber valores provenientes das extorsões. Foram constatadas práticas de blindagem patrimonial, com registro de veículos e bens em nomes de terceiros (novamente familiares), além de movimentações financeiras atípicas que reforçam a suspeita de ocultação de patrimônio.

"A Polícia Civil de Alagoas reafirma seu compromisso no combate à extorsão, agiotagem e lavagem de capitais, práticas que afetam diretamente a segurança e a economia das comunidades do interior do estado", informou o comunicado da instituição.

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