O ministro Alexandre de Moraes, do STF, teria pressionado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em favor do Banco Master, realizando múltiplos contatos antes da prisão do banqueiro Daniel Vorcaro e da liquidação do banco em novembro.
Seis fontes relataram os encontros e contatos, com Moraes expressando apreço por Vorcaro e sugerindo que o Banco Central aprovasse a venda do Banco Master para o BRB, apesar de alegações de fraudes envolvendo R$ 12,2 bilhões.
O Banco Central informou que não comentará sobre o assunto, enquanto o STF ainda não se manifestou, e uma investigação sobre os contratos da esposa de Moraes com o Banco Master levanta questões sobre possíveis conflitos de interesse.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), procurou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para fazer pressão em favor do Banco Master, segundo publicação da jornalista Malu Gaspar, de O Globo, nesta segunda-feira (22). Moraes teria feito pelo menos três contatos por telefone e se encontrado presencialmente ao menos uma vez com Galípolo.
Segundo a publicação, os relatos foram feitos à jornalista por seis fontes diferentes nas últimas três semanas. Uma delas disse ter ouvido do próprio ministro o encontro com Galípolo e as outras cinco souberam dos contatos por integrantes do BC.
Esses contatos teriam sido feitos em julho, antes, portanto, prisão do banqueiro Daniel Vorcaro e de o BC decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master. Esses episódios ocorreram somente em novembro.
Ainda conforme publicado pelo jornal O Globo com base nesses relatos, Moraes teria pedido que o BC aprovasse o negócio com o BRB.
Galípolo teria respondido a Moraes que técnicos do BC haviam descoberto fraudes no repasse de R$ 12,2 bilhões em créditos do Master para o BRB. Diante dessa informação, segundo a publicação de O Globo, o ministro teria dito então que se a fraude ficasse comprovada, não teria mesmo como o negócio ser aprovado.
O Valor procurou o ministro e o presidente do BC. O Banco Central informou que não vai comentar. O STF ainda não respondeu.
Reportagem anterior de Malu Gaspar, publicada há cerca de duas semanas, revelou que o escritório da mulher do ministro, Viviane Barci de Moraes, tem contrato de prestação de serviços com o Master que soma cerca de R$ 130 milhões.
+Lidas