Morango do amor: jovem vende 2 mil doces e fatura mais de R$ 30 mil em menos de dois dias

Publicado em 25/07/2025, às 12h39
Confeiteira Vitoria Penso já faturou mais de R$ 30 mil com morangos do amor. - Foto: Yara Ramalho/g1 e Reprodução/Instagram
Confeiteira Vitoria Penso já faturou mais de R$ 30 mil com morangos do amor. - Foto: Yara Ramalho/g1 e Reprodução/Instagram

Por g1

Febre nas redes sociais, o “morango do amor” caiu no gosto do brasileiro e tem movimentado as vendas de quem trabalha com confeitaria. Em Boa Vista, a jovem Vitoria Penso, de 27 anos, vendeu mais de 2 mil unidades do doce do momento e faturou cerca de R$ 34 mil em dois dias, durante o São João no Parque Anauá.

O doce combina uma casquinha de açúcar caramelizado vermelha e crocante, recheio de brigadeiro de leite ninho e, claro, um morango.

"É um sucesso. A gente sempre busca tendências fora de Roraima e traz para o nosso estado como uma maneira de se diferenciar", afirmou a confeiteira em entrevista ao g1.

Vitória começou a produzir o doce no início de junho de 2025. Desde então, a produção da sobremesa não parou e ela já vendeu mais de 10 mil unidades do morango do amor. Atualmente, o doce é vendido a R$ 17.

Ao g1, ela contou que a ideia de comercializar o doce surgiu em dezembro do ano passado — antes dele viralizar nas redes sociais — durante o planejamento de vendas para o ano de 2025. O plano ganhou mais força em maio deste ano, quando Vitoria fez um curso em Minas Gerais para aprender a preparar o doce.

"Em Minas, eu gravei um vídeo e falei: 'vim aqui e aprendi [a fazer] o morango do amor. Se vocês [seguidores] comentarem muito, eu vou levar para o arraial em Boa Vista'. A gente chegou no dia 2 de junho e no dia 3 a gente lançou, e desde então estou vendendo morangos do amor", contou a jovem.

No início, a produção era feita apenas por Vitoria, que também vende outras sobremesas, como bolos, pudins e brigadeiros. Mas, com o sucesso dos doces em Boa Vista, ela precisou aumentar a equipe. Hoje, cinco pessoas atuam exclusivamente na produção dos morangos do amor.

Em Roraima o morango não é cultivado em larga escala. Por isso, a confeiteira importa os itens de fornecedores de São Paulo. Segundo ela, a enorme procura pelo morango trouxe um impacto no fornecimento e a distância pode prejudicar a qualidade dos frutos até que cheguem ao extremo Norte do Brasil.

"A gente mora no extremo Norte do país e isso prejudica a chegada de morangos de qualidade aqui. Então, eles [fornecedores] vão priorizar o morango de São Paulo, as confeitarias de São Paulo, do Sudeste, Centro-Oeste. Então, aqui a gente começou a ter um desperdício muito grande e precisou aumentar [o valor do morango]", ressaltou. Antes, o doce custava R$ 15.

Nessa quinta-feira (24), ela produziu cerca de mil morangos do amor e vendeu mais de 200 em apenas 1h30, durante o São João no Parque Anauá, que acontece em Boa Vista. Os produtos só foram repostos por volta das 20h30, o que gerou uma fila de espera pela chegada da nova remessa.

A autônoma Gabriella Monteiro, de 25 anos, foi uma das pessoas que aguardou pela chegada do doce e entrou na fila duas vezes para tentar comprá-lo. Assim como muitos brasileiros, ela soube da sobremesa através das redes sociais.

"A gente acaba ficando curioso para experimentar por conta dessa febre que a gente está vendo na internet. A minha curiosidade é a questão da textura, porque eu não sou muito adepta à maçã [do amor]. E aí, talvez, a experiência com o morango do amor seja diferente justamente nessa questão de quando a gente vai experimentar a textura", explicou a jovem ao g1.

A confeiteira e empreendedora Astrid Andrade começou a produzir o morango do amor há cerca de 15 dias e também tem comercializado a sobremesa durante o São João no Parque Anauá. No local, há pelo menos cinco barracas que vendem o produto, com preços que variam entre R$ 15 e R$ 25.

No ramo da confeitaria há cerca de dez anos, Astrid afirmou ao g1 que nunca viu nenhum produto fazer tanto sucesso como o morango do amor.

"Eu acho que, no Brasil inteiro, ninguém esperava que fizesse [tanto sucesso], nem que fosse se tornar uma fonte inesgotável. É um produto que quanto mais você faz, mais a demanda vai aumentando e a escassez também, porque é um produto que demora para ser feito. Então, a escassez dele vem fazendo com que as pessoas cada vez mais queiram provar", explicou ela.

Nos dois primeiros dias de festa, que acontece no Parque Anauá, zona Norte de Boa Vista, ela já vendeu mais de 900 morangos do amor, o que garantiu cerca de R$ 10 mil de lucro apenas com a venda de um único produto.

O aumento das vendas e a procura pelo doce do momento fez com que a confeiteira também testasse novas combinações da sobremesa, substituindo o brigadeiro de leite ninho por brigadeiro tradicional, de maracujá ou pistache. Além disso, há a versão de "marmita", que pode ser consumida com o uso de uma colher.

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