A madrasta do serial killer e canibal americano Jeffrey Dahmer, Shari, faleceu aos 81 anos.
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Shari morreu na noite de sexta-feira (13/1) em casa de repouso perto da casa dela e do marido, Lionel Dahmer, na pequena Seville (Ohio, EUA), disse uma fonte próxima à família, segundo o "Sun".
Ela faleceu devido a complicações relacionadas a problemas de saúde que havia sofrido nos últimos anos. Shari foi lançada no centro das atenções depois que os crimes horríveis do seu enteado foram descobertos após a sua prisão, em 1991.
Ela ficou ao lado do pai do "Canibal de Milwaukee" enquanto ele lutava para aceitar o que o seu filho havia feito. A história foi contada em séries (uma de ficção baseada em história real e outra na forma de documentário) da Netflix. Dahmer foi morto em uma cadeia por outro detento, em 1994. O americano matou e esquartejou 17 adultos e adolescentes entre 1978 e1991.
Shari apareceu ao lado de Lionel, de 86 anos, quando o pai de Dahmer foi entrevistado no programa Larry King Live, da CNN, em 2004.
O pai e a mãe de Jeffrey se separaram quando ele tinha 18 anos, em 1978. Na ocasião, a mãe se mudou com o irmão de Jeffrey, David, para outra cidade enquanto ele ficava em Bath (Ohio) para concluir o colegial. No mesmo ano do traumático divórcio, Jeffrey faria sua primeira vítima. Também em 1978, Lionel se casaria com Shari.
Mesmo admitindo ter sido uma figura ausente na infância de Jeffrey, Lionel se manteve ao lado do filho durante o julgamento. Ele continuou visitando Jeffrey na prisão e foi o responsável por identificar seu corpo após sua morte. Em 1994, Lionel publicou o livro "A father’s story" ("A história de um pai", na tradução literal), em que falava sobre a infância do filho e sobre como não havia qualquer sinal de que ele poderia se tornar um assassino. O livro não fez sucesso.
Lionel brigou judicialmente com a ex-esposa, mãe de Jeffrey, Joyce, para poder cremar o filho. A mãe queria guardar seu cérebro para estudos científicos. O pai venceu a batalha na Justiça. Ao lado de Shari, ele permaneceu boa parte da vida falando sobre o que aconteceu com o filho. Ao longo dos anos, deu inúmeras entrevistas e participou de especiais e documentários como "Biography", "Dahmer on Dahmer: A serial killer speaks" e "Mind of a monster". Lionel está afastado da mídia desde 2020.

Uma das série retrata Joyce como uma mulher com problemas mentais e abusos de medicamentos, algo que também é citado no livro de Lionel. Ao longo dos anos, a americana deu entrevistas dizendo que Jeffrey era um garoto normal e que não dava sinais do que faria. Sempre sentiu muita culpa pelos crimes do filho e desenvolveu uma depressão. Ela chegou a tentar suicídio, mas sobreviveu.
Como Lionel, Joyce pensou em escrever um livro sobre sua experiência, mas não conseguiu editoras interessadas. Ela também manifestou interesse em conversar com familiares e pessoas próximas a assassinos em série, como uma forma de tentar entender o que se passou com o filho.
Joyce morreu aos 64 anos, em 2000, vítima de um câncer de mama. À época, ela trabalhava em centro comunitário em que prestava apoio a pessoas com HIV.
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