A morte de Jefferson Geovany Santos, 39 anos, que faleceu após passar mal em uma academia no município de Arapiraca, na noite da última sexta-feira (02), acendeu um alerta para quem se dedica às atividades físicas sem acompanhamento médico. Familiares de Jefferson indicaram que ele tinha histórico de cardiopatia na família, pois o pai havia sido vítima de infarto recentemente.
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Em vídeo publicado (veja abaixo) em uma rede social, o esportista também havia admitido que fazia uso de esteroides anabolizantes, que são drogas que têm como função principal a reposição de testosterona. Porém, ainda não há informações se o uso dos medicamentes pode ter causado a morte de Jefferson.
Em entrevista à reportagem da TV Pajuçara, o médico Thiago Omena, que é especialista em medicina esportiva, fez um alerta para os riscos da prática de atividades sem acompanhamento médico.
"Toda vez que o indivíduo vai fazer um exercício físico, ele precisa passar por uma avaliação de pré-participação, que avalia os riscos dessa modalidade e os riscos ao aluno. Então, o risco adverso durante a prática de um exercício físico depende do tipo de exercício que o esportista será exposto. Por exemplo, uma pessoa que vai treinar ou competir em uma prova de Triathlon precisa de uma avalição mais profunda do que aquele que vai, por exemplo, caminhar na praia. Também tem a questão do risco individual, que vai variar entre idades. Podemos citar que o exame em um indivíduo de 20 anos é diferente de quem tem 40 ou 50 anos ou que apresenta um quadro de hipertensão e diabetes. Portanto, essa avaliação de pré-participação vai identificar todos os fatores de riscos ou eventuais problemas que o aluno ou atleta possa apresentar durante a prática da atividade física. Alguns fatores, como o risco individual (doença prévia ou comorbidades) e tipo de atividade que será desenvolvida, devem ser analisados antes de fazer qualquer atividade física ", explicou Thiago.
Sobre o uso de esteroides anabolizantes, o médico alertou para os riscos a utilização dos medicamentos de forma não controlada. "O uso de esteroides anabolizante pode causar diversos danos. Porém, é fundamental diferenciarmos o uso do abuso. Uma coisa é o indivíduo de 40 ou 50 anos, que tem uma testosterona baixa no exame de sangue, precisar fazer uma reposição hormonal. Nesse tipo de caso, ele está fazendo o uso de um medicamento, para que ele tenha uma melhora na qualidade de vida e saúde. Outra coisa é o abuso, é a compra desses medicamentos sem indicação médica, sem ser em farmácias, compradas no mercado clandestino. Esses medicamentos adquiridos no mercado clandestino não passam pelo controle de qualidade da Anvisa. Muitas vezes são utilizadas doses 10 vezes maior do que aquela prescrita pelo médico, e isso provoca diversos danos. O que vai diferenciar o veneno do remédio será a dose, e o uso sem acompanhamento médico e de forma descontrolada pode potencializar, principalmente, problemas cardíacos. O coração é um dos principais órgãos afetados pela falta de controle no uso de anabolizantes. O infarto é uma causa de morte muito comum em usuários abusivos de anabolizantes", completou Omena.
O caso - Um homem identificado como Jefferson Geovany Santos, 39 anos, morreu após passar mal enquanto se exercitava em uma academia de musculação localizada na rua Dom Pedro, bairro de São Luiz, em Arapiraca, no Agreste de Alagoas.
O caso aconteceu na noite da última sexta-feira (02). De acordo com informações que constam no relatório de ocorrências da Polícia Militar, uma equipe do 3º Batalhão foi acionada e ao chegar ao local constatou o fato.
Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também esteve na academia e constatou a morte, que teria sido causada por um infarto
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