Televisão

MP recomenda boicote de crianças e adolescentes a série da Netflix por "induzir" ao suicídio

04/05/17 - 11h40
Reprodução

O Ministério Público da Paraíba emitiu, no último dia 21 de abril, uma nota técnica em que classifica o jogo "Baleia Azul" e a série televisiva "13 Reasons Why" como fortes indutores para que jovens vulneráveis passem a realizar tarefas e desafios que vão de automutilação ao suicídio. O órgão também recomenda que crianças e adolescentes não assistam à série.

A nota, direcionada à Secretaria da Educação do Estado, pede que o órgão faça esclarecimentos às escolas e divulgue os casos suspeitos à polícia. “Os pais de crianças e adolescentes de todo o estado também precisam ser alertados”, destaca a promotora de Justiça Soraya Soares da Nóbrega Escorel, coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente e da Educação (Caop-CAE).

De acordo com ela, os pais têm que acompanhar e monitorar as redes sociais dos filhos para saber o que eles fazem na tela do celular, do tablet, do computador ou dos jogos eletrônicos. “Tudo isso como forma de prevenção aos perigos decorrentes do jogo da ‘Baleia Azul’ e da série ‘13 Reasons Why’. Todo cuidado é pouco”. E a promotora completa: “O ato de incentivar e instigar uma pessoa ao suicídio é crime, previsto no Código Penal, passível de pena de dois a seis anos de prisão”.

O jogo ‘Baleia Azul’ (Blue Whale) consiste em um jogo clandestino perigoso no qual são dadas tarefas e instruções (num total de 50 desafios), geralmente de madrugada, submetendo os “jogadores” a uma forte pressão psicológica. As crianças e adolescentes são coagidos a cometer atos de automutilação, suicídio e outros desafios perigosos. Os desafios do jogo devem ser gravados e enviados aos membros do grupo criminoso.

A série ‘13 Reasons Why’ traz vários alertas a respeito de diferentes temas delicados na sociedade, mas ainda banalizados e tratados com preconceitos e tabus. Aborda situações de bullying, estupro, depressão, suicídio e falta de acesso a cuidados adequados em saúde mental. “Crianças e adolescentes não deveriam assistir à série, por conter cenas muito impactantes”, recomenda a promotora Soraya Escorel.