O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas se reuniu na última sexta-feira (12), em Maceió, com representantes do Ministério da Saúde para debater o aumento dos casos de meningite tipo B no estado. A reunião foi motivada pelo registro da doença em Alagoas pelo terceiro ano consecutivo, reforçando a urgência de medidas eficazes para controle e prevenção.
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No encontro, foram discutidos questões como a necessidade de descentralizar as ações de profilaxia, a definição de protocolos de sepse [Infecção generalizada] diante da heterogeneidade dos municípios e unidades de saúde, além da elaboração de um plano de contingência que indique em quais situações deve ser decretada emergência em saúde pública.
Durante o encontro, representantes do Ministério da Saúde afirmaram que, no momento, não há previsão para a inclusão da vacina contra a meningite tipo B no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo eles, a medida exigiria uma implementação em nível nacional — já que os casos não se restringem a Alagoas — e dependeria de negociações com a indústria farmacêutica para viabilizar preços acessíveis.
Apesar disso, os técnicos do MS destacam avanços no estado, como o maior engajamento dos profissionais de saúde, práticas de discussão de casos e realização de oficinas de lições aprendidas. Para o MS, a presença efetiva dos gestores, ao lado dos técnicos, será fundamental para garantir maior agilidade na tomada de decisões e no enfrentamento da doença.
De acordo com os técnicos do MS, a realidade encontrada este ano em Alagoas é mais organizada do que nos períodos anteriores, com maior preparo das equipes técnicas e de gestão. Apesar desse avanço, o estado segue enfrentando casos de meningite B em patamar superior à média nacional, o que mantém o nível de alerta elevado.
Para o procurador Bruno Lamenha, a situação continua sendo de extrema preocupação. “São os bebês e em situação de vulnerabilidade as principais vítimas. Essas famílias já são normalmente privadas de direitos e de acesso à saúde de qualidade, enfrentam todas as dificuldades possíveis. O poder público não pode fugir de sua responsabilidade, esses bebês precisam de proteção”, afirmou Lamenha.
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