Nem paracetamol, nem anti-inflamatório: essa é a melhor forma de sair de uma ressaca

Publicado em 31/12/2025, às 13h37
Imagem meramente ilustrativa - Freepik
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Por Revista Fórum

A ressaca, que se manifesta com sintomas como dor de cabeça e fadiga, resulta do metabolismo do álcool no fígado, onde o etanol é convertido em acetaldeído, uma substância tóxica que causa inflamação e mal-estar. A desidratação, provocada pela inibição do hormônio antidiurético pelo álcool, também contribui para a intensidade dos sintomas.

Fatores como diferenças genéticas na metabolização do álcool e o tipo de bebida consumida influenciam a gravidade da ressaca, com bebidas escuras tendendo a causar efeitos mais severos. Além disso, a condição de saúde do fígado e o uso de medicamentos podem agravar a recuperação.

A hidratação é fundamental para aliviar os sintomas, com água de coco e isotônicos sendo mais eficazes em casos severos. Em situações de vômitos persistentes ou dor intensa, é recomendado buscar atendimento médico imediato.

Resumo gerado por IA

Dor de cabeça intensa, boca seca, enjoo, fadiga e a sensação de que o corpo não responde. A ressaca costuma aparecer no dia seguinte ao consumo excessivo de álcool, mas nem sempre respeita uma lógica previsível. Há quem beba muito e acorde bem, enquanto outros sofrem após poucas doses. A explicação está na forma como o álcool atua simultaneamente em diferentes sistemas do organismo.

O principal gatilho da ressaca é o processo de metabolização do álcool no fígado. Ao ser transformado, o etanol dá origem ao acetaldeído, uma substância tóxica que provoca inflamação e contribui para o mal-estar geral. Ao mesmo tempo, o álcool inibe o hormônio antidiurético, aumentando a perda de líquidos pela urina e favorecendo a desidratação, o que explica sintomas como dor de cabeça, sede intensa e fraqueza.

Mesmo depois de o álcool já não estar mais circulando no sangue, o corpo segue lidando com seus efeitos. O consumo alcoólico também irrita o estômago e o intestino, altera o refluxo, retarda o esvaziamento gástrico e pode causar hipoglicemia, especialmente quando a bebida é ingerida em jejum. A fragmentação do sono completa o quadro, agravando o cansaço e a sensibilidade à dor no dia seguinte.

Por que algumas ressacas são piores?

Diferenças genéticas influenciam diretamente a intensidade da ressaca. Algumas pessoas metabolizam o álcool mais lentamente, prolongando seus efeitos. Condições como inflamação no fígado, uso contínuo de medicamentos e doenças hepáticas também dificultam a recuperação.

O tipo de bebida ingerida faz diferença. Bebidas mais escuras, como vinho tinto, uísque e conhaque, costumam provocar ressacas mais intensas por conterem maior quantidade de congêneres, substâncias formadas durante a fermentação e o envelhecimento. Cerveja tende a causar efeitos intermediários, enquanto bebidas mais “puras”, como vodca e gim, geralmente geram sintomas mais leves. Ainda assim, a quantidade ingerida continua sendo o principal fator.

Quanto tempo o corpo leva para se recuperar?

O fígado metaboliza, em média, meia a uma dose de álcool por hora, mas os efeitos inflamatórios e a perda de qualidade do sono podem durar 12 a 24 horas. Por isso, mesmo quando o álcool já foi eliminado, a sensação de cansaço pode persistir ao longo do dia.

O que realmente ajuda a melhorar

Hidratação é essencial. Beber água ajuda a aliviar sintomas ligados à desidratação, mas não acelera a eliminação do álcool. Em quadros mais intensos, água de coco, isotônicos ou soro caseiro podem ser mais eficazes por reporem eletrólitos como sódio, potássio e magnésio.

No dia seguinte, a recuperação é favorecida por alimentos leves, frutas ricas em água, caldos, vegetais e proteínas magras. Comer antes de beber também reduz os danos, pois retarda a absorção do álcool e ajuda a manter a glicemia estável.

Remédios exigem cautela. Analgésicos como paracetamol podem sobrecarregar o fígado após o consumo de álcool. Anti-inflamatórios aumentam o risco de irritação gástrica e sangramento, especialmente em pessoas desidratadas. Fórmulas “anti-ressaca”, chás e suplementos não têm comprovação científica consistente.

Quando há vômitos persistentes, confusão mental, dor intensa, palpitações ou sinais de sangramento, a orientação é procurar atendimento médico.

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