O que é Maria Louca, a bebida clandestina que ganhou destaque em 'Tremembé'

Publicado em 25/11/2025, às 14h13
Foto: Reprodução/Prime Vídeo
Foto: Reprodução/Prime Vídeo

Por Estado de Minas

A cachaça artesanal chamada Maria Louca, produzida clandestinamente em presídios brasileiros, ganhou notoriedade após ser retratada na série 'Tremembé', que aborda a vida dos detentos e suas interações sociais.

Em 2025, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo apreendeu 244 litros de bebidas, evidenciando a popularidade da Maria Louca entre os presidiários, que utilizam ingredientes como frutas fermentadas e açúcar para sua produção.

Cada unidade prisional tem sua própria receita, adaptando sabores e métodos, enquanto ex-detentos relatam que a dificuldade em obter fermento, frequentemente contrabandeado, torna a bebida ainda mais valorizada dentro do sistema penitenciário.

Resumo gerado por IA

A Maria Louca é uma cachaça artesanal e clandestina produzida dentro dos presídios de todo o Brasil. A bebida alcoólica ganhou destaque após aparecer na série "Tremembé", do Prime Video, que expõe a realidade de detentos envolvidos em crimes de grande repercussão nacional.

A prática, cada vez mais comum entre presidiários, é apresentada na obra durante confraternizações entre os criminosos. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), apenas no estado de São Paulo, 244 litros de “bebidas e substratos” foram apreendidos em 2025, o que evidencia a popularidade da cachaça dentro das prisões.

A receita costuma levar cascas de frutas fermentadas, como banana, maçã, laranja, manga ou limão, misturadas com açúcar, água e fermento (que, às vezes, é substituído por pão ou arroz cru).

O líquido permanece fermentando por cerca de 15 dias, geralmente em galões ou garrafas PET. No entanto, para evitar que a produção seja descoberta por agentes penitenciários, alguns detentos reduzem esse tempo de fermentação.

Cada presídio desenvolve uma versão única da Maria Louca, alterando sabor e intensidade. Em entrevista ao Terra, Edilberto Soares, ex-detento que cumpriu pena em Bangu II, explicou essas diferenças:

“A folha de eucalipto dá um gosto de Cointreau. Maçã também dá um sabor diferenciado. Difícil é conseguir o fermento, tem que contrabandear. Tudo que é proibido tem mais valor na cadeia”, declarou.

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