Sajid Akram, de 50 anos, e seu filho Naveed Akram, de 24 anos, foram identificados como os suspeitos do massacre na praia de Bondi, em Sydney, que resultou na morte de 15 pessoas, gerando grande comoção e preocupação com a segurança pública na Austrália.
Naveed Akram, que havia frequentado aulas de Alcorão, foi reconhecido por um líder religioso, que condenou o ato de violência, ressaltando que a interpretação correta do Islã proíbe a morte de inocentes.
As autoridades australianas realizaram buscas em propriedades ligadas aos suspeitos, apreendendo armas e malas, enquanto Naveed se recupera em hospital e deve enfrentar acusações criminais, após já ter sido monitorado pela inteligência de segurança do país.
A dupla de pai e filho suspeita de ter realizado o massacre na praia de Bondi, em Sydney, no qual 15 pessoas foram mortas, foi identificada pela mídia australiana como Sajid Akram, de 50 anos, e seu filho Naveed Akram, de 24 anos.
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A emissora pública ABC, assim como os canais 9News e 7News — ambos afiliados à CNN — divulgaram os nomes dos dois, citando fontes, assim como o jornal Sydney Morning Herald.
A polícia do estado australiano Nova Gales do Sul se recusou a comentar.
Em outro depoimento, um líder religioso que dava aulas de Alcorão para Naveed Akram no Instituto Al Murad de Sydney disse à CNN que conseguiu identificar o atirador mais jovem em um vídeo do ataque como sendo o homem a quem havia ensinado.
O sheik Adam Ismail afirmou em comunicado que Akram procurou o centro em 2019 para ter aulas de recitação do Alcorão e de língua árabe. Ele frequentou as aulas por um ano.
“Condeno este ato de violência sem qualquer hesitação”, disse Ismail em uma mensagem de vídeo. “O que considero profundamente irônico é que o próprio Alcorão que ele estava aprendendo a recitar afirma claramente que tirar uma vida inocente é como matar toda a humanidade. Isso deixa claro que o que aconteceu ontem em Bondi é completamente proibido no Islã.”
“Nem todos que recitam o Alcorão o compreendem ou vivem de acordo com seus ensinamentos e, infelizmente, parece ser esse o caso aqui”, disse ele.
Ismail afirmou ter gravado uma mensagem em vídeo para esclarecer sua relação com Naveed Akram após a divulgação de uma fotografia dos dois juntos no Instituto Al Murad em 2022.
As autoridades australianas ainda não divulgaram formalmente os nomes dos Akram, mas forneceram detalhes sobre os dois suspeitos em diversas coletivas de imprensa.
O jovem nasceu na Austrália, enquanto seu pai, que foi morto em uma troca de tiros com a polícia no local, havia imigrado para o país em 1998, disse o ministro do Interior, Tony Burke, nesta segunda-feira (15).
Ainda nesta segunda-feira, foram realizadas buscas em propriedades ligadas à dupla, incluindo um imóvel alugado por temporada no subúrbio de Campsie, no sudoeste da cidade, onde se acredita que o casal tenha se hospedado antes do ataque.
Duas armas de fogo e diversas malas foram apreendidas na propriedade pela polícia na tarde desta segunda-feira, horário local, segundo a afiliada da CNN, 9News.
O jovem de 24 anos está atualmente hospitalizado e provavelmente enfrentará acusações criminais relacionadas ao tiroteio, informou a polícia.
Ele já havia chamado a atenção da SIO (Organização Australiana de Inteligência de Segurança), que passou seis meses avaliando suas ligações com outras pessoas sob sua vigilância em 2019.
“A avaliação concluiu que não havia indícios de qualquer ameaça contínua ou de que ele pudesse se envolver em violência”, disse o primeiro-ministro Anthony Albanese durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira.
O pai de Naveed, Sajiv Akram, chegou à Austrália em 1998 com um visto de estudante e posteriormente mudou para um visto de parceiro em 2001.
Nos anos que se seguiram, ele fez apenas três viagens ao exterior, retornando em todas elas com visto de residente, disse Burke. A polícia ainda não divulgou oficialmente os nomes dos dois e as autoridades não confirmaram o país de origem de Sajid Akram.
Ele possuía porte de arma há cerca de 10 anos, segundo a polícia, que apreendeu seis armas de sua propriedade após os ataques.
“O pai possuía licença para porte de arma desde 2015. Estamos investigando a fundo o histórico de ambos”, disse o comissário de Polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon. Ele acrescentou, porém, que a polícia “sabe muito pouco sobre eles”.
“Ele atendia aos critérios de elegibilidade para uma licença de porte de arma” e possuía uma “licença de caça recreativa”, afirmou Lanyon.
Existem dois tipos de licenças de caça, explicou Lanyon: a que permite caçar em uma propriedade particular ou como membro de um clube de caça — ou “clube de tiro” —, que era o tipo de licença que o suspeito possuía.
Uma propriedade ligada aos homens, localizada no subúrbio de Bonnyrigg, no sudoeste de Londres, também foi cercada pela polícia após o ataque.
Moradores da região descreveram à CNN cenas de caos e medo, com policiais invadindo sua rua normalmente tranquila.
Renato Padilla, que mora em Bonnyrigg há mais de 25 anos, disse que a rua rapidamente se encheu de viaturas policiais quando as autoridades iniciaram uma operação em uma casa próxima, que se acredita estar ligada ao ataque.
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