Oficial da Marinha é condenado a 80 anos de prisão pela morte dos ex-sogros

Publicado em 11/12/2025, às 15h15
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por Extra Online

Cristiano da Silva Lacerda, oficial da Marinha, foi condenado a 80 anos de prisão por assassinar a facadas o casal de idosos Geraldo e Osélia Coelho, pais de seu ex-namorado, em um crime ocorrido em junho de 2022 no Rio de Janeiro.

O júri, presidido pela juíza Tula Corrêa de Mello, também determinou que Lacerda pagasse R$ 200 mil em danos morais a cada filho das vítimas e perdesse seu cargo militar, destacando a gravidade do crime por sua posição como servidor público.

Embora a pena tenha sido fixada em 80 anos, a legislação brasileira limita o cumprimento a 40 anos, o que significa que Lacerda poderá sair antes do tempo total da condenação, gerando discussões sobre a eficácia das penas no país.

Resumo gerado por IA

O oficial da Marinha Cristiano da Silva Lacerda, acusado de assassinar a facadas o casal de idosos Geraldo Pereira Coelho, de 73 anos, e Osélia da Silva Coelho, de 72, foi condenado, nesta quarta-feira, a 80 anos de prisão, em regime fechado, pelo Conselho de Sentença do III Tribunal do Júri da Comarca da Capital. As vítimas eram pais do seu ex-namorado, o professor Felipe da Silva Coelho. O crime aconteceu em junho de 2022, num prédio de luxo no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio.

O júri foi presidido pela juíza Tula Corrêa de Mello. Na sentença, o réu também foi condenado ao pagar de R$ 200 mil, a título de danos morais, para cada filho das vítimas. Além disso, foi decretada a perda do cargo de Cristiano.

“Maior deve ser a reprovabilidade em razão do fato de o acusado ser militar, capitão de fragata, sendo este um alto cargo dentro da Marinha do Brasil. Por ser servidor público das Forças Armadas, o acusado deveria utilizar seus ensinamentos militares em prol da sociedade, e não contra iguais, tirando a vida de dois idosos a facadas. Os militares da Marinha têm um conjunto de valores sociais e éticos que orientam sua conduta e emanam do conjunto de vínculos racionais e morais que os ligam à Pátria e ao seu serviço. Logo, não se pode comparar a reprovabilidade de um crime contra a vida praticado por um popular com um praticado por quem se espera justamente a defesa da honra e da lealdade. Tal conduta deslegitima toda a estrutura da carreira”, destacou a magistrada na sentença.

Apesar da sentença de 80 anos, o tempo de prisão que Cristiano irá cumprir será a metade disso, já que no Brasil o tempo máximo de pena privativa de liberdade ou medida de segurança que uma pessoa pode cumprir é de 40 anos.

O crime

Felipe e Cristiano namoraram por cerca de dois anos, e terminaram em abril de 2022, quando o professor foi agredido pelo então parceiro com um tapa no rosto e um soco no peito. Eles continuaram a morar juntos, enquanto Cristiano procurava outro lugar.

Geraldo e Osélia eram de Fortaleza (CE) e estavam no Rio visitando o filho, que se havia se mudado da casa dos pais após começar a namorar com Cristiano. Pouco antes de 1h de 24 de junho, um sábado, uma equipe do 2º BPM (Botafogo) foi acionada para o apartamento de Felipe, na Rua Pio Correia. O rapaz havia saído de casa para um evento em Ipanema e deixou os pais com o ex-namorado.

Ao chegar no local, os PMs encontraram o casal de idoso no sofá onde dormiam. Felipe foi localizado pelos policiais no play no condomínio dizendo repetidamente: “Quero me matar, meus pais estão mortos no apartamento, tem mais gente em casa”. Cristiano saiu do apartamento desacordado, numa cadeira de rodas, atendido no Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, onde ficou preso sob custódia.

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