por Eberth Lins
Publicado em 29/09/2025, às 11h56
O quadro Pausa do Café, exibido no Balanço Geral da TV Pajuçara/RECORD, trouxe nesta segunda-feira (29) esclarecimentos sobre uma polêmica envolvendo o uso de paracetamol por gestantes e a possível relação com o aumento de casos de autismo em bebês.
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Em entrevista ao apresentador Douglas Lopes, o ginecologista Alberto Sandes foi enfático ao afirmar que não existem estudos científicos que comprovem qualquer ligação entre o uso do medicamento durante a gestação e o desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Vamos começar trazendo um pouco de calma para quem está em casa. Toda essa afirmação feita pelo presidente Donald Trump não tem embasamento científico”, afirmou Sandes, destacando que o uso de paracetamol durante a gravidez já é estudado desde 2008, sem que nenhuma relação com o autismo tenha sido comprovada até agora.
O médico ressaltou ainda que existem doses seguras para o uso do medicamento durante a gestação e alertou sobre os prejuízos causados pela disseminação de informações sem comprovação. “Quando se divulga uma informação como essa, sugerindo uma relação entre o medicamento e o autismo, é preciso muito cuidado. É algo muito sério, pois o paracetamol é uma das poucas medicações consideradas seguras para uso durante a gravidez”, alertou.
Sobre os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento do TEA, Alberto Sandes explicou que eles estão mais associados a condições como prematuridade, diabetes gestacional e idade materna avançada. “Mulheres com mais de 40 anos têm uma probabilidade maior, esse é um fator muito importante a ser considerado”, finalizou o especialista.
Assista a entrevista abaixo:
Na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também emitiu um comunicado assegurando que "não há registros no país de notificações de suspeitas de eventos adversos que relacionem o uso de paracetamol durante a gravidez a casos de autismo". Leia a nota técnica na íntegra:
O paracetamol é um medicamento registrado no Brasil, indicado para reduzir a febre e aliviar dores leves a moderadas, como dor de cabeça, dor no corpo, dor de dente, dor nas costas, cólicas menstruais e dores associadas a resfriados.
Não há registros no país de notificações de suspeitas de eventos adversos que relacionem o uso de paracetamol durante a gravidez a casos de autismo.
De acordo com a Instrução Normativa 265/2023, o paracetamol é classificado como medicamento de baixo risco e integra a lista de produtos que não exigem receita médica. Essa classificação é resultado de um histórico de uso seguro e amplamente estabelecido ao longo de muitos anos de acompanhamento.
As normas brasileiras para registro de medicamentos seguem critérios técnicos e científicos rigorosos, que asseguram a qualidade, a segurança e a eficácia desses medicamentos. Essas regras também definem as competências das autoridades sanitárias e os requisitos para a atuação dos agentes econômicos envolvidos na produção e na comercialização de produtos de interesse à saúde.
O monitoramento dos medicamentos disponíveis à população é contínuo. A Anvisa mantém cooperação com agências reguladoras internacionais, trocando informações para fortalecer a segurança dos medicamentos comercializados no Brasil.
Assim, a missão da Agência na promoção e na proteção da saúde garante que os medicamentos registrados apresentem perfil adequado de qualidade, segurança e eficácia.
Reforçamos que todo medicamento deve ser utilizado com orientação de profissionais de saúde, como médicos ou farmacêuticos, para garantir sua eficácia e prevenir efeitos indesejados.
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