A modelo paquistanesa Qandeel Baloch, 26 anos, que se tornou celebridade em seu país por meio de vídeos postados no Facebook e YouTube, foi assassinada por estrangulamento pelo irmão, Waseem Baloch, por uma “questão de honra”.
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Qandeel ganhou fama por confrontar os padrões impostos às mulheres paquistanesas. Postava vídeos provocativos em que explorava a própria sensualidade e defendia a liberdade e a necessidade de uma mudança de mentalidade em seu país.
Ela casou jovem, teve um filho, se separou e começou a trabalhar fora. Em março deste ano causou muito burburinho quando prometeu fazer um strip-tease se a seleção paquistanesa de cricket vencesse o campeonato mundial da modalidade. O time perdeu para os indianos. Mesmo assim, Qandeel Baloch postou um vídeo em que dançava “em honra dos vitoriosos”.
Na última postagem no Facebook, em 4 de julho, ela agradecia à mídia internacional e a todos que acreditavam naquilo que ela pregava. “Estou tentando mudar a mentalidade ortodoxa das pessoas que não querem sair de suas conchas de falsas crenças e de velhas práticas”, escreveu.
E acrescentou: “Obrigado aos que acreditam e apoiam por entender a mensagem que tento passar em meus posts e vídeos. É tempo de trazer uma mudança porque o mundo está mudando. Vamos abrir nossas mentes e viver o presente”.
Qandeel teria sido assassinada pelo irmão durante uma visita aos pais em sua cidade. Waseem queria que ela parasse com suas atividades na internet e diante da insistência da irmã — que cada vez ganhava mais seguidores –, seguiu um hábito comum no Paquistão, o de mulheres serem assassinadas por parentes em nome da honra.
No site de notícias Dawn, a editora Hamna Zubair, conterrânea da modelo e web celebrity, escreveu um sentido artigo em que lamenta no título: “Qandeel Baloch morreu porque nós odiamos mulheres que não se conformam”.
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