Parlamento da Catalunha aprova independência em relação à Espanha

Publicado em 27/10/2017, às 12h10

Por Redação

O Parlamento regional da Catalunha votou nesta sexta-feira, 27, uma moção para dar início ao “processo constituinte” para se separar da Espanha. Os deputados do Partido Socialista, do Partido Popular e do Ciudadanos deixaram a Câmara antes do voto de protesto, ficando no local apenas os grupos favoráveis à independência, como o Junts Pel Sí e CUP.

Objetivo da decisão, segundo o jornal El País, é “acabar com a redação e aprovação da constituinte da república”. A proposta estabelece um prazo de 15 dias para a formação de um “conselho consultivo” e a convocação de eleições assim que estiverem concluídas todas as fases do processo. “Constituímos a república catalã, como Estado independente e soberano, de direito, democrático e social’”, diz a declaração.

A declaração é um gesto simbólico, já que não será aceita por Madri ou pela comunidade internacional, e agrava ainda mais a crise política no país. O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, se manifestou imediatamente pedindo calma e defendendo que a lei será restaurada.

O governo da Espanha se preparava para impor o controle direto sobre a Catalunha como forma de deter sua tentativa de independência. O Senado, a Câmara alta do Parlamento espanhol, se reúne para aprovar o Artigo 155, a lei que permitirá que o governo central assuma o comando da região autônoma.

“Medidas excepcionais só deveriam ser adotadas quando nenhum outro remédio é possível”, disse Rajoy, no Senado. “Na minha opinião, não há alternativa. A única coisa que pode ser feita é aceitar e cumprir a lei.”

A liderança catalã está ignorando a lei e debochando da democracia, afirmou. “Estamos enfrentando um desafio inédito em nossa história recente”, disse o premiê, que adotou um posicionamento inflexível contra a campanha independentista da Catalunha.

A crise dividiu a região e causou profundo ressentimento na Espanha. Bandeiras nacionais estão dependuradas em muitas sacadas de Madri como expressão de unidade. Também provocou uma fuga de empresas da Catalunha e despertou em outros líderes europeus o temor de que acabe insuflando sentimentos separatistas em outras partes do continente.

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