Passista que teve o braço amputado por erro médico chega a hospital para retirar pontos

Publicado em 25/04/2023, às 17h06
Imagem Passista que teve o braço amputado por erro médico chega a hospital para retirar pontos

Por g1

A trancista e passista da Grande Rio Alessandra dos Santos Silva, que teve parte do braço esquerdo amputado após ser internada para tratar de um problema no útero, esteve na tarde desta terça-feira (25) no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, para a retirada dos pontos da primeira cirurgia que ela fez para a retirada de um mioma.

Ao chegar ao hospital, ela afirmou que acredita que tenha sido vítima de erro médico. "Não é possível que não tenha tido erro médico", disse Alessandra. “Chegando aqui pra revisão. Graças a Deus um hospital que realmente ajudou a me salvar. E eu tô vindo aqui pra revisão mesmo. Graças a Deus agora tá tudo certo, mas eu ainda tô sofrendo muito porque tenho que andar assim [curvada] e eu tenho 1,83m. É muito difícil, tá sendo muito difícil. E eu só espero que a Justiça seja feita.”

"Não me falaram nada, não explicaram nada. Até agora eu só ouvi absurdo", completou Alessandra.

Também nesta terça, o cirurgião Gustavo Machado, responsável pela primeira cirurgia na passista prestou depoimento nesta terça-feira (25), na 64ª DP (Meriti). Ele disse que não houve negligência em seu atendimento.

Também procuraram a distrital um ginecologista que participou da operação e um médico do CTI para onde Alessandra foi levada — todos do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti.

A mãe de Alessandra, Ana Maria, afirma que profissionais do hospital tentaram esconder da família uma necrose na paciente, antes da amputação. A primeira intervenção aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart no dia 3 de fevereiro.

A passista apresentou complicações, como os dedos escuros, e acabou tendo parte do braço amputado após transferência para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac).

A Fundação Saúde instaurou sindicância administrativa para avaliar os procedimentos realizados em Alessandra. A Fundação diz que, apesar de todo empenho da equipe, "lamentavelmente, a evolução clínica da paciente foi desfavorável".

"No pós-operatório, foi identificada uma hemorragia interna. Para salvar a vida da paciente, foi necessária a retirada do útero, transfusão sanguínea e administração de doses elevadas de aminas vasoativas, que provocam o estreitamento dos vasos sanguíneos para manter a pressão arterial, mas que podem causar uma oclusão arterial como efeito adverso. Levantamento preliminar do caso aponta que foi isso que aconteceu no braço da paciente", acrescentou a fundação.

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