Passo a passo: como a PF desvendou esquema de fraudes em concursos em AL e outros estados

Publicado em 09/10/2025, às 10h47
Arquivo/Agência Brasil
Arquivo/Agência Brasil

Por TNH1 com informações do g1

A investigação da Polícia Federal, que culminou na Operação Última Fase (ou Gabarito), revelou uma organização criminosa familiar com atuação nacional, sediada em Patos (PB), especializada em fraudar diversos concursos públicos, cobrando altos valores pelas vagas (até R$ 500 mil, em alguns casos). A apuração começou após a detecção de inconsistências em certames anteriores, como no concurso para Agente da PF em 2009.

O grupo cobrava até R$ 500 mil por vaga e conseguia driblar os sistemas de segurança das bancas organizadoras por meio de dublês, pontos eletrônicos implantados com ajuda médica e acesso antecipado aos gabaritos, conforme apuração da PF.

As investigações começaram após uma denúncia anônima, que indicava um núcleo familiar sediado em Patos, na Paraíba, suspeito de vender gabaritos mediante pagamento. O grupo teria atuado em concursos de grande porte, e seus membros já tinham histórico de envolvimento em fraudes anteriores.

Veja abaixo o passo a passo da investigação:

1. Ponto de partida da investigação

A investigação começou com denúncia anônima. A PF identificou que o núcleo criminoso sediado em Patos (PB) estava envolvido no esquema especializado em fraudar concursos públicos.

2. Suspeitos principais

Os suspeitos são:

  • Wanderlan Limeira de Souza - ex-PM (expulso da corporação na Paraíba), apontado como líder; aprovado no CNU para AFT; com histórico criminal.
  • Wanderson Gabriel (filho) - alvo de busca em fraude anterior (PM/PB).
  • Larissa de Oliveira Neves - mora em São Paulo, viajou até Patos (PB) para fazer a prova do CNU, mesmo havendo locais de prova disponíveis em todo o Brasil.
  • Valmir Limeira de Souza, Larissa de Oliveira Neves, Ariosvaldo Lucena e Luiz Paulo Silva dos Santos (reincidentes em mais 67 fraudes).

3. Evidências encontradas

  • Gabaritos idênticos entre suspeitos - inclusive nos erros;
  • Inclusão de Laís Giselly Nunes de Araújo (mesmos padrões de fraude);
  • Identificação de risco de nova fraude no concurso d delegado da PF;
  • Interceptações telefônicas e quebra de sigilo bancário dos suspeitos.

4. Como funcionava o esquema

  • Comunicação por ponto eletrônico e uso de dublês;
  • Cobrança de até R$ 500 mil por vaga;
  • Lavagem de dinheiro com veículos, ouro e terceiros.

5. Descobertas posteriores

  • Confirmação da estrutura da organização criminosa;
  • Outros envolvidos: Thyago José de Andrade, "Negrão";
  • Expansão da investigação com novos IPJs.

6. Ações da PF

  • Busca e apreensão dos suspeitos;
  • Prisão preventiva dos líderes decretada;
  • Apreensão de celulares e computadores.

Aially Xavier, esposa do delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, é uma das pessoas investigadas, que teria sido beneficiada pelo esquema. A residência do casal, em Maceió, foi alvo de busca e apreensão na última quinta-feira (2). Além dela, também é investigada Mariana Abreu Andrade Cirilo, que teria feito provas em concursos da Polícia Científica de Alagoas e da Polícia Civil de Pernambuco em nome de terceiros.

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