A Polícia Federal iniciou uma operação em Alagoas para investigar um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo contratos emergenciais da Secretaria de Saúde que totalizam quase R$ 100 milhões. O esquema favoreceu empresários, resultando na aquisição de bens como uma pousada avaliada em R$ 5,7 milhões e gastos pessoais dos envolvidos.
As investigações revelaram que o grupo criminoso utilizou transferências bancárias e pagamentos indiretos para ocultar a origem ilícita dos recursos, além de ressarcimentos superfaturados do Sistema Único de Saúde, totalizando mais de R$ 18 milhões.
A operação também se estendeu a Pernambuco e ao Distrito Federal, com 38 mandados cumpridos e sequestro de bens dos investigados.
Um dos investigados foi suspenso do cargo por 180 dias. A situação atual envolve a apreensão de dinheiro em espécie e armas durante as buscas realizadas.
Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em Alagoas. As investigações apontam favorecimento em contratos emergenciais firmados pela Secretaria de Saúde (Sesau) e também apuram o desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
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Entre os bens adquiridos pelo grupo está uma pousada em Porto de Pedras (AL), comprada em 2023 por R$ 5,7 milhões, paga por empresários beneficiados pelo esquema. Os valores também custearam viagens internacionais e gastos pessoais dos investigados.
Além de Alagoas, a operação alcançou Pernambuco e o Distrito Federal. Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 38 mandados e determinou o sequestro de bens dos investigados, incluindo veículos e imóveis de alto valor.
Um investigado, que não teve o nome divulgado, foi suspenso do cargo por 180 dias. O TNH1 procurou a Sesau, que disse que não iria se manifestar.
A investigação contou com o apoio da Controladoria Geral da União, Receita Federal e Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde.
O esquema
Segundo a PF, o esquema envolveu favorecimento em contratos emergenciais firmados pela Sesau entre 2023 e 2025 com duas empresas: uma fornecedora de material hospitalar e uma construtora. Esses contratos geraram pagamentos de vantagens indevidas aos investigados.
Os contratos somam quase R$ 100 milhões, parte ainda em execução. Além disso, a investigação aponta desvio de recursos do SUS por meio de ressarcimentos superfaturados de consultas e procedimentos médicos que não teriam ocorrido, totalizando mais de R$ 18 milhões.
Em procedimentos de fisioterapia, por exemplo, os valores pagos eram incompatíveis com a capacidade operacional das clínicas privadas.
Parte dos recursos foi direcionada a integrantes do grupo criminoso por meio de transferências bancárias, saques em espécie e pagamentos indiretos, configurando um esquema sofisticado de corrupção, lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial.
Ocultação de bens
Pessoas foram usadas para ocultar a origem ilícita dos recursos, principalmente na aquisição de bens imóveis. O dinheiro público destinado ao sistema de saúde alagoano foi transferido para contas dos investigados e de pessoas a eles ligadas.
Em diversas buscas, foram apreendidos grande volume de dinheiro em espécie, em moeda nacional e estrangeira, além de duas armas de fogo.
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