O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou nesta segunda-feira, 21, a criação de três comissões internas como forma de reagir às recentes restrições impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida busca reestruturar a atuação do partido e fortalecer a presença de Bolsonaro no debate político, mesmo com as limitações determinadas pelo Supremo Tribunal Federal.
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Uma das comissões será responsável por coordenar a comunicação da oposição e ficará sob liderança do deputado Gustavo Gayer (PL-GO). Outra, conduzida pelo deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), atuará na articulação das pautas do partido dentro do Congresso Nacional. A terceira, com foco nas mobilizações externas, será liderada por Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Zé Trovão (PL-SC), com o objetivo declarado de amplificar a voz de Bolsonaro fora das instituições.
O movimento do partido acontece no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que Bolsonaro está proibido de participar de transmissões ao vivo em redes sociais, sejam elas feitas por ele próprio ou por terceiros, incluindo entrevistas à imprensa. A decisão integra o inquérito que investiga supostos ataques à soberania nacional, agravado após declarações do governo de Donald Trump contra o Brasil.
A nova proibição teve reflexos imediatos. Pela manhã, o ex-presidente cancelou uma entrevista que concederia à imprensa. Segundo relatos, Bolsonaro pediu garantias de que não seria preso por descumprimento das medidas cautelares. A preocupação estava na transmissão ao vivo da conversa pelas plataformas YouTube e X, o que poderia configurar violação da ordem judicial.
Com a pressão do Judiciário e o risco de novas sanções, o PL se mobiliza para manter sua base engajada e garantir visibilidade a Bolsonaro, mesmo que à distância. As comissões criadas nesta segunda devem funcionar como instrumentos de resistência e reposicionamento estratégico do ex-presidente no cenário político.
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