Polícia investiga ataque a tiros a escola indígena em Alagoas; vídeo mostra danos

Publicado em 10/11/2025, às 18h00 - Atualizado às 18h50
Reprodução / Redes sociais
Reprodução / Redes sociais

Por Gabriel Amorim e TV Pajuçara

A Polícia Civil começa nesta terça-feira (11) a investigar o ataque a tiros contra a Escola Indígena Pajé Miguel Selestino, em Palmeira dos Índios. Os disparos atingiram portões e paredes, mas ninguém ficou ferido.

A unidade fica no território Xukuru-Kariri. O Sinteal afirma que grupos tentam impedir a homologação das terras. A PF pode assumir o caso se houver relação com disputa fundiária.

A Polícia Civil de Alagoas inicia nesta terça-feira (11) as investigações do ataque a tiros contra a Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Selestino, em Palmeira dos Índios, registrado na madrugada desta segunda-feira (10). A informação foi confirmada à reportagem pelo chefe de operações da 5ª DRP, Diogo Martins.

Os disparos atingiram portões e paredes da unidade (assista abaixo), mas não houve feridos. A escola fica no território Xukuru-Kariri e atende estudantes da etnia.

Em nota (na íntegra ao final da matéria), o Sinteal afirmou que grupos têm atuado para impedir a homologação da demarcação das terras indígenas.

Um boletim de ocorrência foi registrado pelo gestor da escola. Caso as investigações apontem relação com conflitos ligados a demarcação de terras, a Polícia Federal deve assumir o caso.

Até o fechamento desta matéria, não havia informações sobre autoria ou motivação.

NOTA DO SINTEAL

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas vem a público manifestar repúdio ao covarde ataque sofrido pela Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Selestino, em Palmeira dos Índios, na madrugada deste domingo para segunda-feira, 10 de novembro.

A unidade escolar fica localizada dentro do território Xukuru-Kariri, e atende estudantes daquela etnia, que vive atualmente um ambiente de intimidação e disseminação de informações distorcidas. Grupos mal intencionados que tem atuado criminosamente para impedir a homologação da demarcação das terras daquele povo tem transformado a vida da população, e principalmente dos povos tradicionais, em um verdadeiro horror.

Atacar uma escola com tiros amplia ainda mais a dimensão desse problema, rompendo com todo e qualquer respeito à comunidade. Não admitiremos que esse espaço seja invadido ou maculado por criminosos que não tem compromisso nenhum com a vida, com a humanidade, com a justiça e com a história do nosso país. O povo Xukuru-Kariri merece respeito, e que essas ações criminosas sejam devidamente investigadas e punidas de forma exemplar. Para que a paz seja reestabelecida o mais breve possível.

NOTA DA SEDUC

A Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (Seduc) repudia veementemente o ataque a tiros ocorrido na noite de domingo (09/11/2025) na Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Selestino da Silva, Aldeia Fazenda Canto, Terra Indígena Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios/AL.

A Seduc reconhece a gravidade do ato, que a comunidade Xukuru-Kariri interpreta como uma clara tentativa de intimidação, inserida no contexto de avanço da regulamentação do seu Território.

Para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade escolar, o gestor da escola realizou o imediato registro de Boletim de Ocorrência (BO), e a Seduc acompanhará de perto a investigação junto às autoridades competentes.

Além disso, a 3ª Gerência Especial de Educação (GEE) está prestando apoio total ao gestor, e mobilizou recursos para garantir o suporte pedagógico e de acolhimento a toda a equipe e aos alunos.

Apesar do susto, a Seduc informa que as aulas prosseguiram normalmente nesta segunda-feira (10). A Secretaria reitera seu compromisso com a segurança e o bem-estar de todos, garantindo o respeito e apoio às reivindicações do Povo Xukuru-Kariri, em defesa da vida, da educação e da paz.

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