Presa em SP por furtos a vizinhos, “Mulher-Gato” já tinha condenação por roubo milionário em BH

Publicado em 27/11/2025, às 15h54
Foto: Reprodução/TV
Foto: Reprodução/TV

Por O Globo

Paola Co Carita Gobel, conhecida como 'Barbie do Crime', foi presa em Piracicaba durante uma operação que investigava o uso de documentos falsos e ocupação irregular de um imóvel de luxo, após já ter sido condenada por furtos a residências de alto padrão em São Paulo e Minas Gerais.

Ela utilizava técnicas de invasão e disfarces para enganar porteiros e realizar furtos, com um dos crimes resultando em um prejuízo estimado de R$ 1 milhão, além de ter sido identificada como parte de um grupo que monitorava as vítimas.

Na nova prisão, a polícia encontrou Paola e três homens com documentos falsos e um carro furtado, levando à autuação por diversos crimes, enquanto as investigações continuam para identificar outros envolvidos e analisar os celulares apreendidos.

Resumo gerado por IA

Presa em Piracicaba, no interior de SP, durante uma operação que investigava o uso de documentos falsos e a ocupação irregular de um imóvel de alto padrão entre os dias 18 e 19 de novembro, a influenciadora Paola Co Carita Gobel, conhecida como "Barbie do Crime", ganhou o apelido de "Mulher-gato" em 2023, quando foi presa por furtos a residências de luxo em São Paulo e Minas Gerais. Na época, a mulher chegou a ser condenada.

Em 2023, aos 30 anos, Paula foi presa pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em São Paulo, após ter um mandado de prisão preventiva decretado pela Polícia Civil de Minas Gerais. Ela era suspeita de roubar apartamentos de luxo nos dois estados e ficou conhecida como "Mulher-gato" por usar luvas pretas, roupas escuras e empregar conhecimentos de chaveiro para entrar nos condomínios sem chamar a atenção.

Segundo investigações da época, ela enganava porteiros ao se passar por moradora, amiga ou parente e invadia os imóveis. Em um dos furtos, em Minas Gerais, o prejuízo estimado chegou a R$ 1 milhão. Na ocasião, Paola foi encontrada na casa do namorado, na Vila Prudente, na Zona Leste de São Paulo. Com ela, foram apreendidas bolsas, perfumes e relógios.

Furto milionário e condenação

A criminosa acabou formalmente identificada e condenada, posteriormente, pelo arrombamento realizado em 26 de outubro de 2022, em um apartamento de luxo no bairro Luxemburgo, em Belo Horizonte. As câmeras internas registraram o momento em que Paol entra no imóvel, vai direto à suíte principal e arromba um cofre com uma ferramenta.

O morador relatou que a ação parecia profissional e que ela estava em ligação com três ou quatro cúmplices, um deles responsável por monitorar o porteiro do lado de fora. Do apartamento, foram levados quatro relógios Rolex avaliados em R$ 250 mil; quatro Tag Heuer estimados em R$ 63 mil; peças Montblanc, Tissot e HStern; 33 joias; mochilas Louis Vuitton e Chanel; e duas pistolas Glock com carregadores e munição.

Os valores declarados somavam ao menos R$ 329 mil, segundo informações da EPTV, além de relógios sem preço informado. Após recolher os objetos, Paola deixou o prédio pelas escadas e fugiu com o grupo.

Identificada pela polícia paulista, ela foi novamente presa — à época, na casa de um homem já investigado por crimes semelhantes. Parte dos itens foi recuperada. O juiz da 8ª Vara Criminal de Belo Horizonte concluiu que o grupo tinha informações privilegiadas sobre a rotina da família e que Paola viajara entre estados para cometer o crime.

Ela foi condenada por furto qualificado, com pena convertida para prestação de serviços e pagamento de dois salários mínimos. A defesa recorreu, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a decisão. Em juízo, Paola confessou o crime.

Nova prisão em Piracicaba

A prisão mais recente ocorreu após denúncias de moradores de um condomínio de luxo em Piracicaba, que relataram comportamento suspeito dos ocupantes de uma casa recém-alugada.

Segundo eles, o grupo chegava apenas com colchões e poucas malas, evitava mostrar o rosto e filmava residências vizinhas. A polícia constatou que o contrato de locação havia sido feito com documentos falsos atribuídos a um servidor público que já havia denunciado fraudes envolvendo seus dados. A suspeita é de que o pagamento tenha sido feito com cartões clonados.

Com mandado judicial, agentes entraram no imóvel na última quarta-feira e encontraram Paola e três homens, além de um carro furtado, drogas, contratos falsos e um celular quebrado durante a abordagem, o que, segundo a polícia, teria sido uma tentativa de evitar a apreensão do aparelho.

Todos usavam identidades falsas para acessar o condomínio.

O grupo foi autuado por associação criminosa, adulteração de sinal identificador de veículo, receptação dolosa, violação de domicílio e uso de identidade falsa. A Justiça decretou a prisão preventiva dos quatro. As investigações prosseguem, segundo a polícia, para análise dos celulares apreendidos e identificação de outros possíveis envolvidos.

Gostou? Compartilhe