Presidente do Atlético-GO irá a júri popular por homicídio de jornalista

Publicado em 27/06/2017, às 13h40

Por Redação

Se já não bastasse à lanterna do Campeonato Brasileiro, o Atlético-GO terá que enfrentar também um enorme problema extracampo. Nesta terça-feira o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o Habeas Corpus do presidente do clube, Maurício Borges Sampaio, acusado em 2012 de homicídio qualificado do jornalista Valério Luiz e agora irá à júri popular. Ele também responde por peculato e ameaças de morte a Irismar Dantas.

A ficha do cartola é extensa. Em 1982, após a morte do seu pai, Maurício Sampaio assumiu o 1º Tabelionato de Notas e Protestos e Registros e Títulos de Goiânia interinamente. Seis anos depois, a Constituição determinou que tabeliões deveriam ser concursados, o que teoricamente o tiraria do cargo. Mas ele se manteve até 2008, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) baixou um decreto para afastá-lo do cartório.

Tudo poderia acabar por aí, mas em 2009 o juiz Ari de Queiroz cassou o decretou e manteve Sampaio a frente do tabelionato. A partir daí começou uma briga entre CNJ e a justiça brasileira. O Conselho não tem jurisdição legal, por ser um órgão administrativo, mas tem bases legais para pedir a saída de Maurício. Até que em maio de 2013 uma fiscalização encontrou prejuízos de até R$ 7 milhões causados pelo tabelião interino.

Com a grave acusação de peculato, Maurício acaba afastado e Irismar Dantas de Souza assume a posição. Mais uma vez Sampaio recorre a justiça, dessa vez no Supremo Tribunal Federal, e consegue um mandado de segurança, voltando ao cartório. Em resposta, o CNJ afastou o juiz Ari de Queiroz, suspeito de beneficiar o réu. Se não bastasse as acusações, Irismar registrou em 2014 um Boletim de Ocorrência acusando o interino de ameaça-lo de morte.

CASO VALÉRIO LUIZ

Jornalista e apresentador em Goiânia, Valério Luiz foi brutalmente assassinado em 5 de julho de 2012, quando saía da Rádio 820, onde trabalhava. Forte crítico da diretoria do Atlético-GO, a Polícia Civil acredita que a morte foi retaliação. Em 27 de março de 2017 cinco pessoas são indiciadas pelo crime, entre elas o presidente do clube Maurício Sampaio. O caso deve seguir para júri popular, ainda sem data.

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