Um preso por tentativa de feminicídio foi transferido para uma cela isolada no Presídio de Segurança Máxima Bangu 1 após fazer uma chamada por vídeo, de dentro do Presídio Ary Franco, durante o chá revelação de seu filho. Identificado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) como Kaique Christian Stelman da Silva, de 22 anos, ele já tinha passagem anterior pelo sistema prisional, pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
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O vídeo em que ocorre o chá revelação mostra uma mulher com uma criança de colo, durante a festa. Há balões dourados, doces e um bolo. Em frente à mesa com a decoração e a comida, uma foto mostra um homem beijando a barriga da grávida. A mulher segura o celular onde é possível ver o rosto do preso durante a chamada de vídeo.
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A denúncia que levou a Seap a transferir o detento foi feita nesta quinta-feira pelo deputado estadual Filippe Poubel (PL). Em seu perfil no Instagram, o parlamentar publicou o vídeo de um discurso feito dentro da Assembleia Legislativa (Alerj), em que classifica a situação como "algo estarrecedor":
— Não podemos aceitar esse tipo de ato em nosso estado. Da mesma forma que ele assiste a um chá revelação, ele ordena mortes, chacinas, invasão de território.
A Seap informou que, após receber a denúncia do deputado, identificou como sendo Kaique o preso que fez a ligação. De acordo com a secretaria, Kaique deu entrada pela primeira vez no sistema prisional em 2023, sendo absolvido em 2024 e novamente preso este ano por tentativa de feminicídio.
O citado possui histórico de ingresso e reingresso no sistema prisional com início em 2023, por tráfico e associação, absolvido em 2024, e preso novamente desde julho de 2025 no Presídio Ary Franco, por tentativa de feminicídio.
Em seu perfil, Poubel também publicou um vídeo da secretária de Administração Penitenciária, Maria Rosa Lo Duca Nebel, se posicionando sobre o caso.
— Imediatamente após sabermos do ocorrido, o preso foi identificado e isolado na unidade prisional de Bangu 1. Não vamos tolerar o uso de aparelhos celulares dentro das unidades prisionais. Essa prática é ilegal, compromete a segurança pública e será combatida — disse ela.
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