Preso na Ponta Verde usava familiares para ocultar dinheiro da agiotagem, diz delegado

Publicado em 27/11/2025, às 08h43
Reprodução/Video
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Por Redação

A operação 'Juros de Sangue' resultou na prisão de um suspeito de 56 anos, envolvido em agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro, encontrado em Maceió. O homem utilizava familiares para ocultar recursos e tratava suas vítimas com violência, impactando a segurança financeira da comunidade local.

O esquema criminoso, que durou cerca de um ano e meio, envolveu a imposição de juros abusivos que elevaram a dívida de uma vítima de R$ 20 mil para mais de R$ 45 mil. Além disso, foram identificadas práticas de lavagem de dinheiro, com o uso de contas de terceiros para movimentação financeira irregular.

A operação cumpriu 10 mandados judiciais, resultando na apreensão de cerca de R$ 890 mil em bens e valores, incluindo veículos e dinheiro. A polícia garantiu que os valores apreendidos serão utilizados para ressarcir a vítima e assegurar a devolução de bens oriundos da atividade criminosa.

Resumo gerado por IA

A operação "Juros de Sangue" prendeu um suspeito de agiotagem, de 56 anos, ligado a crimes de extorsão, usura pecuniária (cobrança de juros abusivos) e lavagem de dinheiro. Ele foi encontrado dentro de um apartamento no bairro de Ponta Verde, na área nobre de Maceió, nas primeiras horas desta quinta-feira (27). A Polícia Civil confirmou que o homem usava familiares para ocultar o dinheiro e tratava as vítimas com violência.

Em entrevista ao programa Balanço Geral Alagoas, da TV Pajuçara/Record, o delegado Rodrigo Temoteo explicou que o suspeito já tem histórico de agiotagem no interior do estado. "Essa agiotagem praticada por ele resultou em uma série de extorsões em Palmeira dos Índios, com reflexos patrimoniais em Maceió", iniciou.

"Nossa equipe de investigação identificou o indivíduo com essa prática já registrada anteriormente, e tendo advindo o reflexo patrimonial. Aí teve a percepção de ocultação e dissimulação de valores por parte dele, sobretudo, com uso de familiares", reforçou na entrevista.

Os dois veículos apreendidos em Maceió já foram encaminhados à sede da Delegacia-Geral de Polícia Civil, em Jacarecica, assim como todo o material apreendido no apartamento do suspeito. Um terceiro carro foi flagrado em Palmeira dos Índios. O suposto agiota foi levado à unidade policial.

O esquema

O esquema criminoso foi mantido por aproximadamente um ano e meio, entre o final de 2023 e julho de 2025. O caso teve início após a vítima principal contrair empréstimos informais no valor de R$ 20 mil. Com o passar do tempo, o principal investigado, de 56 anos, passou a impor cobranças abusivas e reajustes unilaterais, elevando o débito a patamares superiores a 100% do valor original e levando a vítima a pagar mais de R$ 45 mil ao longo do período.

Ainda, no curso das apurações, também foi identificado um esquema de lavagem de capitais, com o principal suspeito utilizando contas de terceiros — sobretudo familiares — para receber valores provenientes das extorsões. Foram constatadas práticas de blindagem patrimonial, com registro de veículos e bens em nomes de terceiros (novamente familiares), além de movimentações financeiras atípicas que reforçam a suspeita de ocultação de patrimônio.

A operação

A Operação Juros de Sangue teve o objetivo de desarticular um grupo envolvido em extorsão, usura pecuniária e lavagem de dinheiro no interior alagoano. Ao todo, 10 mandados judiciais foram cumpridos em Maceió e em Palmeira dos Índios. O total do que foi apreendido pela polícia se aproxima de R$ 890 mil.

A Polícia Civil informou que as determinações da Justiça foram: um mandado de prisão preventiva; seis mandados de busca e apreensão residencial em endereços vinculados aos investigados; três mandados de busca e apreensão de veículos, totalizando cerca de R$ 560 mil em automóveis apreendidos; e indisponibilidade de valores, alcançando R$ 331 mil.

O valor de R$ 890 mil permanecerá resguardado para garantir o futuro ressarcimento da vítima e o perdimento de bens provenientes da atividade criminosa, conforme relato da polícia.

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