Promotoria vai investigar aval da prefeitura que assegurou prédio

Publicado em 01/05/2018, às 16h59

Por Redação

O Ministério Público de São Paulo declarou na tarde desta terça-feira (1º) que irá reabrir investigação arquivada sobre a segurança do prédio que desabou na madrugada desta terça-feira (1), no centro de São Paulo. Os promotores querem apurar as causas do desabamento e a veracidade dos laudos técnicos oficiais que, em 2015, isentaram o imóvel de interdição. 

Em agosto de 2015, o Ministério Público instaurou um inquérito civil para justamente apurar a segurança do prédio, após o seu abandono pela União e sua ocupação por sem-tetos.

Durante o inquérito, os bombeiros chegaram a vistoriar o imóvel. Nesta terça, os bombeiros disseram que na ocasião encontraram o prédio já muito ocupado por famílias, com corredores e rotas de fuga obstruídos por lixos, além dos andares cheios de materiais inflamáveis, como madeiras para dividir ambientes.

Apesar disso, segundo a nota do Ministério Público, relatórios técnicos de órgãos de fiscalização e em especial a Defesa Civil de São Paulo e a secretaria de licenciamento chegaram à conclusão de que o imóvel não corria riscos que justificassem a sua interdição. 

Com base nesses relatórios, o Ministério Público disse que decidiu arquivar a investigação sobre o prédio em março deste ano.

Em 2015, o inquérito civil foi aberto após a denúncia de um vizinho do prédio, Rogério Bileki, 56, que relatou a ocupação da antiga sede da Polícia Federal havia ocorrido sem qualquer condição de segurança. 
"Eu mesmo presenciei os moradores quebrando as paredes para tirar ferro", disse Bileki. "Isso que aconteceu aqui foi um crime. Não foi acidente. O que houve foi uma irresponsabilidade política das últimas gestões que deixaram isso acontecer à revelia do tempo e de muito descaso."

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