Atualizada às 12h27
Das páginas dos livros infantis para uma delegacia de polícia, a fábula dos Três Porquinhos e o Lobo Mau teve uma função diferente durante a investigação de um crime que chocou Alagoas no mês de novembro deste ano.
Foram os personagens dessa história que ajudaram a psicóloga Aline Damasceno a conversar com o único sobrevivente da Chacina de Guaxuma, um menino de cinco anos de idade, que foi ferido com uma facada na cabeça e viu a mãe, Jenilza Oliveira Paz, e os irmãos Guilherme e Maria Eduarda serem assassinados a golpes de facão. Ele não viu o pai, Evaldo da Silva Santos, ser atacado e ainda não estaria aceitando sua morte.
Após seis encontros com a psicóloga, todos realizados de forma lúdica, a criança foi apresentada a um suspeito de ter cometido o crime, Daniel Galdino Dias, e o teria reconhecido de imediato.
A psicóloga relatou à imprensa, nesta segunda (11), como foi a primeira vez em que o menino viu a foto do homem. “Contamos uma história para ele, dos três porquinhos e do lobo mau, onde inseri a foto dos suspeitos. Quando aparecia uma pessoa conhecida, ele brincava. Quando o Daniel apareceu, ele se recolheu em posição fetal e disse: ‘Foi ele que deu uma foiçada na minha cara’”.
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Aline Damasceno explicou que o trabalho para conversar com a criança contou, sempre, com a presença dos delegados, que estavam à paisana e desarmados. A criança foi ouvida seis vezes e, nas seis vezes, reconheceu Daniel como autor do crime. “Ele disse que, no momento que a polícia o encontrou, o homem mau não estava mais no local da chacina”, conta.
Quando o menino soube que o suspeito havia sido preso, teria suspirado aliviado.
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