Quase 60% das transações Pix foram recebidas por negócios em 2022, diz BC após reclassificação

Publicado em 06/06/2023, às 17h19
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Valor Econômico

Apesar de o uso do Pix ser predominante nas transações entre pessoas físicas, estudo do Banco Central (BC) indica que o uso do instrumento de pagamento instantâneo nas operações com caráter comercial é maior do que os números gerais sugerem.

No ano passado, 76% das transações Pix liquidadas tiveram como destino a conta de uma pessoa física, mas, de acordo com o regulador, parcela considerável desse volume foi utilizada na realização de atividade econômica, por empresas e negócios.

Em boxe do Relatório de Economia Bancária, divulgado hoje, o BC faz um exercício em que reclassifica as transações Pix para identificar aquelas pessoas físicas que tiveram perfil de utilização similar às pessoas jurídicas. Assim, o estudo busca identificar, por exemplo, trabalhadores informais que usam contas de pessoa física para receber os pagamentos de clientes. Foram consideradas apenas transações em que o pagador é diferente do recebedor.

Após reclassificação, o trabalho mostrou que o grupo formado por empresas e negócios informais representou 57% das transações recebidas e liquidadas no ano. Em termos de volume financeiro, a fatia foi de 54%.

“A utilização do Pix para recebimento por empresas, negócios informais e entes governamentais teve alta expressiva no ano de 2022 e segue em tendência ascendente, observada pela variação mensal da quantidade de transações, da quantidade de usuários ativos e do volume financeiro”, diz o BC.

Os recebedores pessoa jurídica foram divididos no estudo em quatro grupos: governo, MEI, pessoa jurídica (categoria que exclui governo e MEI) e informal. De acordo com o BC, 51% das transações Pix recebidas por esse grupo em 2022 se referem à categoria de PJ. Além disso, 30% ficaram com informais, 19% com MEIs e 0,4% a governo.

O BC destaca que, no ano passado, a adesão do Pix como ferramenta de recebimento por atividades econômicas foi maior entre os empreendimentos de pequeno porte, com destaque para o comércio varejista e o setor de alimentação. A região Norte apresentou a maior participação como recebedora em relação à população. Na sequência, veio Centro-Oeste.

“Apesar do aumento expressivo na intensidade do uso do Pix como ferramenta de recebimento de valores por empresas e negócios, existem ainda diversos segmentos e regiões com grande potencial para expansão da utilização", observa o regulador.

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