'Quase morri': Neto revela que teve prostatite; saiba o que é a doença

Publicado em 09/08/2025, às 22h39
Reprodução/Redes sociais
Reprodução/Redes sociais

Por Terra

O ex-jogador Neto, hoje apresentador, revelou no programa Donos da Bola da última sexta-feira que enfrentou um problema de saúde grave e quase morreu. Sem revelar a data da cirurgia, o apresentador disse que teve prostatite.

“Eu tive prostatite para falar para os homens que têm essa bobeira. Eu quase morri, para ter ideia. Fiz cirurgia, estou superbem. Precisa fazer exame de próstata, porque se não, vai fazer igual comigo, minha próstata inchou e eu tive de fazer cirurgia”, falou Neto.

Mas o que é prostatite?

É uma inflamação ou infecção que ocorre na próstata, glândula masculina do tamanho de uma noz localizada abaixo da bexiga e próxima ao reto.

A doença costuma afetar mais homens adultos e, mais raramente, pré-adolescentes e jovens. José Carlos Truzzi, supervisor da Disciplina de Urgências Infecciosas da Sociedade Brasileira de Urologia, explica que em pacientes mais jovens, a prostatite pode ser secundária a um quadro de uretrite, “uma inflamação na uretra causa por um agente infeccioso geralmente adquirido por atividade sexual, então, um agente de uma doença sexualmente transmissível”. 

Quando o paciente tem uma faixa etária maior, a prostatite está associada a um mal esvaziamento da próstata ou uma retenção parcial da urina, o que propicia o crescimento bacteriano.

Existem tipos diferentes de prostatites, a mais comum é causada por bactérias – em especial, a Escherichia Coli, responsável por muitas infecções urinárias. Ela ocorre a partir de uma infecção (ocorrida na uretra ou no reto) que acaba migrando para a próstata ou quando as bactérias chegam diretamente pela corrente sanguínea.

Quando a prostatite aparece de forma súbita, ela é chamada de bacteriana aguda. Os sintomas incluem febre alta e repentina, mal-estar geral, calafrios, dores nas regiões baixas nas costas e no períneo (região entre o saco escrotal e o ânus). O paciente pode sentir dor ao urinar, a necessidade de urinar mais vezes que o normal  ou até uma difícil vontade de segurar o xixi. Há também uma dificuldade em esvaziar completamente a bexiga devido a dores ao urinar. 

Já em casos em que ela permanece dormente é conhecida como prostatite bacteriana crônica. Essa tem um tratamento mais difícil, ela ocorre devido à permanência da bactéria causadora da doença no líquido produzido pela próstata apesar do tratamento com antibióticos. Sem ocorrência de febre, ela ainda pode causar dores na ejaculação e a saída de sangue no esperma, mas em alguns casos pode aparecer e desaparecer, o que dificulta o diagnóstico.

José Carlos também pontua que dependendo da gravidade pode haver um comprometimento geral maior: “pode levar até a evolução com sepse, a quadros infecciosos mais generalizados e mais graves.”

Para realizar o diagnóstico de prostatite, é necessário realizar consultas médicas e exames, que incluem a coleta de urina e, às vezes, dos líquidos expelidos pela próstata. Às vezes pode ser necessário a realização de mais exames para excluir outras causas possíveis para os sintomas.

Como é o tratamento?

O tratamento é feito por meio de antibióticos. Na prostatite aguda, ele dura de 14 a 30 dias; além disso, apenas dois tipos de pacientes necessitam de internação: os que tiverem que fazer o tratamento por via endovenosa e os que apresentarem obstrução intensa da urina. 

Já na prostatite crônica, o tratamento com antibióticos demora mais, variando de 3 a 12 semanas. A maioria dos pacientes de prostatite crônica melhora com o tratamento antibiótico, porém às vezes os sintomas voltam, sendo necessário reiniciar o tratamento.

Quando o tratamento medicamentoso não funciona, o recomendado é partir para a cirurgia.

Como prevenir? 

Hábitos simples de higiene podem prevenir um quadro de prostatite. “Se está ligada a infecções sexualmente transmissíveis, o uso de preservativo e medidas que são de cuidado para não adquirir ISTs, vão ajudar a diminuir a chance para essa faixa etária”, destaca José Carlos.

Todo homem após seus 40 anos deve frequentar seu médico urologista com a finalidade de avaliar a próstata – inclusive para verificar de forma antecipada o surgimento de um câncer, facilitando o tratamento. José Carlos lembra que não há uma relação entre as duas doenças. “O câncer é o desenvolvimento de um tumor em uma área diferente daquela em que normalmente ocorre a prostatite”.

Alguns homens desenvolvem prostatite crônica mesmo sem a presença de infecção bacteriana. Seus sintomas mais comuns são similares ao da prostatite bacteriana. A prostatite não bacteriana e a prostatodinia (ou síndrome da dor pélvica crônica) ainda não têm causas totalmente conhecidas. Como não há infecção, os tratamentos são feitos de forma a aliviar os sintomas, eles normalmente são direcionados a promover o relaxamento da próstata.

“Então, a fisioterapia e medidas de relaxamento do assoalho pélvico, ajudam a melhorar os sintomas. Mas, normalmente, analgésicos e alguns medicamentos que facilitam o esvaziamento da bexiga tendem a ajudar a diminuir esses sintomas”, finaliza José Carlos.

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