Quebrangulo: vídeo com trecho de estupro coletivo foi compartilhado na internet

Publicado em 05/09/2025, às 14h45
Vídeo circula em grupos de conversas instantâneas
Vídeo circula em grupos de conversas instantâneas

por Eberth Lins

Publicado em 05/09/2025, às 14h45

Além da violência extrema de um estupro coletivo ocorrido na cidade de Quebrangulo, agreste de Alagoas, imagens chocantes com alguns momentos da adolescente de 17 anos sendo violentada foram compartilhadas na internet. O caso, ocorrido no último domingo, 31, está sendo investigado pela polícia. 

O vídeo, segundo denuncia a família, foi gravado na casa de um conhecido da vítima, local onde a garota foi estuprada por quatro homens. As imagens registram o estupro praticado por um deles. O TNH1 teve acesso às imagens mas não vai divulgar para preservar a vítima e por considerar as imagens chocantes.

Madrasta da vítima, Rayza Vitório contou ao TNH1 que a família só teve noção do estupro após o vídeo circular nas redes sociais. 

O vídeo que circula nas redes mostra a adolescente e um dos supostos abusadores. "Para a gente que conhece ela, a gente vê que ela não estava bem naquele momento, parece inconsciente por isso a dúvida que não tenha sido só álcool. Ela estava sozinha no meio de quatro marmanjos, homens de 30, 40 anos. A gente observou o vídeo, ela não estava em si. No dia seguinte, chegou em casa desesperada, chorando, sem saber o que dizer e dizendo que ia se matar", detalha a madrasta, revoltada.

"Assim que vazou, foi que a gente começou a ter noção de quanto o problema era maior e que de fato ela tinha sido abusada, que não lembrava de muita coisa sobre o dia. Estamos todos muito indignados", contou em entrevista nesta sexta. 

Rayza Vitório disse ainda que, somente a partir da divulgação criminosa do vídeo, a jovem tomou coragem de confessar ao pai ter sido abusada e acionar as autoridades. "Estava trabalhando quando recebi o vídeo dela com um rapaz conhecido na cidade. Gravaram a situação com um dos indivíduos para depois ficarem de chacota entre eles. Cheguei em casa, falei sobre o vídeo e ela contou o que tinha acontecido, disse que foi abusada: 'Sei que posso ter errado em ir para um lugar desconhecido, mas eu fui abusada, pai'", relata.

TRAUMA E PENSAMENTOS SUICIDAS

"Ela não tem coragem de colocar a cara na rua, está traumatizada e com vergonha ao mesmo tempo, é uma situação completamente vulnerável. E quanto aos boatos maldosos, tem pessoas, infelizmente, que não são humanizadas, que ainda não entenderam do caso. 'Ah, porque ela estava na rua bebendo uma hora da manhã'. Independente, independente que nós mulheres andemos de roupa curta ou estejamos em um ambiente certo horário. Isso não dá o direito de nos sermos abusadas, nada justifica", fala, resoltada, a madrasta.  

"Logo no primeiro momento, quando ela teve ciência do que estava passando, ela se beliscava, tinha nojo dela mesma, puxava os próprios cabelos. Foi e tem sido uma situação muito delicada", conta.

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