Fátima Bosch, de 25 anos, conquistou o título de Miss Universo 2025 na Tailândia, após enfrentar insultos do coordenador do concurso, que posteriormente se desculpou publicamente. Sua vitória representa a quarta do México na história do evento, destacando-se em um contexto de empoderamento feminino.
Durante a competição, Fátima enfatizou a importância da autenticidade e do valor pessoal, prometendo usar sua plataforma para promover mudanças significativas para as mulheres. O presidente do Miss Universo expressou apoio à candidata mexicana, condenando as agressões sofridas por ela.
O concurso contou com 121 candidatas e teve como finalistas a Miss Tailândia e a Miss Venezuela, que ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. O próximo Miss Universo será realizado em Porto Rico em 2026, conforme anunciado pelo presidente do evento.
A candidata do México Fátima Bosch, 25, chorou ao vencer o Miss Universo 2025 na noite dessa quinta-feira (20), na Tailândia. Ela foi alvo de insultos por coordenador do concurso Miss Universo Tailândia, Nawat Itsaragrisil, no início da competição. Ele pediu desculpas publicamente.
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Respostas podem ter ajudado na vitória em um contexto que tentaram silenciá-la. Perguntada sobre como usaria a plataforma do concurso para empoderar meninas, Fátima respondeu: "Como Miss Universo, vou dizer a elas: 'acredite no poder de sua autenticidade, acredite em si mesma, [porque] os seus sonhos [são] importantes, o seu coração importa. E nunca deixe ninguém duvidar do seu valor, porque você vale tudo e você tem poder e sua voz precisa ser ouvida'. Muito obrigada".
"Como mulher e como Miss Universo eu vou colocar minha voz e o poder para atender o próximo, porque hoje estamos aqui para fazer, trazer mudança, fazer tudo melhor. Porque somos mulheres, aquelas que podem estar de pé e que vão fazer história", disse Fatima Bosch, Miss México ao responder como utilizaria título para tornar o mundo um lugar seguro para mulheres.
Na ocasião, o presidente do Miss Universo, Raúl Rocha, chegou a publicar vídeo de apoio à candidata mexicana mostrando "indignação e repúdio a Nawat pelas agressões que fez publicamente à Fátima". Rocha é um empresário mexicano que detém parte dos direitos do Miss Universo após compra de percentual da companhia.
O pódio do concurso
A vitória de Fátima foi a quarta do México na história do Miss Universo: a primeira em 1991 com Lupita Jones Garay, depois em 2010 com Ximena Navarrete Rosette; e em 2020 com Andrea Meza — em concurso realizado em maio de 2021 com a brasileira Julia Gama sendo a 2ª colocada.
Em segundo lugar ficou a Miss Tailândia, Veena Praveenar Singh, e em terceiro lugar a Miss Venezuela, Stephany Abasali. Fecharam o Top 5: a Miss Filipinas, Ahtisa Manalo, e a Miss Costa do Marfim, Olivia Yacé. Ao todo 121 candidatas dos cinco continentes disputaram a coroa que foi da dinamarquesa Victoria Kjaer Theilvig, Miss Universo 2024, por um ano.
No Brasil, o concurso foi transmitido pelo RecordPlus e portal R7 ao vivo com apresentação de Michelle Barros e comentários de Natália Guimarães e Cris Barth. A brasileira Maria Gabriela Lacerda, 24, tentou quebrar jejum de 57 anos sem vitória do Brasil no concurso. Ela quebrou sequência de não-classificações do país desde 2021 ao entrar no Top 30, mas não avançou.
Como foi a final
O concurso teve transmissão ao vivo diretamente da Tailândia e iniciou pontualmente às 22h (horário de Brasília). Primeiro bloco teve candidatas se apresentando com seus nomes e países.
O Top 5 de finalistas foi formado por Tailândia, Filipinas, Venezuela, México e Costa do Marfim. Elas responderam a etapa das perguntas que definiu a vencedora.
O Top 12 de semifinalistas foi formado por: Chile, Colômbia, Cuba, Guadalupe, México, Porto Rico, Venezuela, China, Filipinas, Tailândia, Malta e Costa do Marfim. Elas desfilaram com vestido de gala que conta ponto para o Top 5 de finalistas. A brasileira não avançou no concurso.
Após anúncio do novo corte de semifinalistas, o presidente do Miss Universo, Raúl Rocha, confirmou que Porto Rico será a sede do 75º Miss Universo em 2026. Ilha sediou concurso em 2001.
Depois de não avançar no concurso, a brasileira publicou agradecimento em seu Instagram com o concurso ainda em andamento: "Obrigada meu Brasil! A vontade de Deus é soberana", escreveu.
"O Sagrado Coração de Jesus. Hoje, mais uma vez, eu caminho vestindo fé. Cada passo que dou é um passo Dele. O Sagrado Coração de Jesus guia meus dias, acalma meus medos e ilumina meu destino. Nessa jornada, nunca estive só — onde eu piso, Ele pisa comigo. A vontade Dele sempre foi soberana, e hoje não será diferente. Que minha luz seja reflexo da Dele. Que meu coração bata forte, mas entregue. Que minha presença seja coragem, mas também entrega. Porque tudo o que sou, eu coloco nas mãos de Deus", disse Maria Gabriela Lacerda ao mostrar vestido que desfilaria nas etapas finais do Miss Universo 2025.
Antes do Top 12, houve o anúncio das primeiras 15 candidatas no Top 30: Índia, Guadalupe, China, Tailândia, República Dominicana, Brasil, Ruanda, Costa do Marfim, Colômbia, Holanda, Cuba, Bangladesh, Japão, Porto Rico e EUA.
O terceiro bloco completou o Top 30 com as seguintes participantes: México, Filipinas, Zimbábue, Costa Rica, Malta, Chile, Canadá, Latina, Croácia, Venezuela, Guatemala, Palestina, Nicarágua, França e Paraguai (escolhida pelo público).
Após intervalo, as candidatas voltaram desfilando em traje de banho e por ordem alfabética. Desfile foi determinante para definir as 12 semifinalistas da etapa seguinte.
Disputaram 120 países e territórios mais uma candidata especial representante da comunidade latina dos Estados Unidos e que disputa com a faixa de Miss Latina: a dominicana Yamilex Hernández, 29, que venceu o reality show da Telemundo "Miss Universe Latina El Reality".
Pela primeira vez uma candidata representou a Palestina: a modelo Nadeen Ayoub, 30, que nasceu no Michigan, nos EUA, e foi criada entre a Palestina e o Canadá. Treinadora física, consultora de nutrição e educadora, ela ganhou repercussão internacional ao ser anunciada candidata em agosto. Ela se classificou no Top 30, com a brasileira.
"Tenho a honra de anunciar que, pela primeira vez, a Palestina será representada no Miss Universo. Enquanto a Palestina sofre com dor — especialmente em Gaza — carrego a voz de um povo que se recusa a ser silenciado. Eu represento todas as mulheres e crianças palestinas cuja força o mundo precisa ver. Somos mais do que nosso sofrimento", escreveu Nadeen em seu Instagram na época.
Nos últimos anos, o concurso abriu o leque de candidatas inscritas como a adesão de mulheres trans, casadas, divorciadas e retirada do limite de idade. As misses Boinaire, Nicole Peiliker, 42, e Ruanda, Alena Kucheruk, 42, são as mais experientes. A Miss Vietnã, Huong Giang Nguyen, 33, é a única candidata transgênero na edição. Apenas a Miss Ruanda se classificou das três (no Top 30).
O concurso teve três cortes das 121 candidatas: Top 30, Top 12 e Top 5.
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