Quem é Duda, filho de PM que viveu um romance com Cravinhos em 'Tremembé'?

Entre os prisioneiros retratados na série "Tremembé" estão os irmãos Cravinhos, que, junto a Suzane von Richthofen, foram presos após o assassinato de Manfred e Marísia.

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O romance homoafetivo de Cristian com Duda é uma das tramas do true crime. Segundo o livro sobre o crime do trio, escrito por Ulisses Campbell, o relacionamento aconteceu na vida real.

Quem é Duda?

Ricardo de Freitas Nascimento, conhecido como Duda, foi preso em Tremembé aos 26 anos. O jovem foi condenado por um crime de assalto à mão armada. Filho de policial militar, foi direcionado ao "presídio dos famosos".

Duda era homossexual e chamou atenção na cadeia pelos trejeitos, como narra o livro de Campbell. Assim como mostrado na série, o primeiro interessado no jovem foi Marco Terremoto. Duda chegou a fazer sexo oral no presidiário, mas logo deixou claro que o ato não se repetiria.

Ele fez amizade com Daniel Cravinhos, que arrumou um armário para ele e, junto do irmão, o chamou para se mudar para a beliche perto deles. Cristian ficou sabendo do ocorrido no banheiro com Terremoto. Quando Duda foi colocar seus pertences no armário cedido, aproveitou para arrumar o alojamento, que estava uma bagunça. A atitude fez os Cravinhos convocarem Duda a se mudar para perto deles, o que ele negou, mas os irmãos levaram todos os pertences dele para o espaço, deixando-o sem escolha.

"Eles eram muito legais, mas, como tinham matado duas pessoas enquanto elas dormiam, fiquei com medo."

- Duda, em 2018, sobre ter negado a oferta de primeira, segundo o livro

Após uma noite de bebedeira no alojamento, Cristian teria se deitado com Duda, e eles transaram nesta noite.

"Ele está há tanto tempo encarcerado que começa a desenvolver hábitos com as regras daquele ambiente. Uma delas diz respeito às relações homoafetivas. [...] Elas acabam se naturalizando ali dentro. E foi isso que aconteceu com o Cristian. Ele me disse que seu maior medo era que a filha descobrisse seu relacionamento com a Duda. Ele sempre a chamou no feminino".

Ulisses Campbell, autor do livro, em entrevista ao UOL em 2020

O relacionamento com Cristian

Cristian e Duda engataram em um romance e dormiam juntos quase todos os dias. O assassino chamava o companheiro de "Dudinha" e "Lua", enquanto ele tinha o apelido de "Pavão". Apaixonados, eles trocavam cartas com papéis cor-de-rosa e desenhos de corações.

Estar contigo é um privilégio que Deus me proporcionou. Você é um presente mais valioso do que todo o dinheiro do mundo. Obrigado por deixar eu sentir o teu cheiro, o teu carinho, a tua atenção e o teu amor. [...] Eu sei que vou te amar por toda a minha vida! Feliz Dia dos Namorados

- Trecho de carta enviada por Cristian, retirado do livro "Suzane: assassina e manipuladora"

Cristian mantinha um relacionamento com Sherminne, uma bancária, que, ao descobrir sobre ele e Duda, fez um "barraco". Um detento contou o segredo de Cristian a ela. A mulher ficou três meses sem ir a Tremembé. Cristian foi para a solitária devido ao "barraco".

Para apimentar a relação, Cristian pediu uma calcinha para Duda — mas não para o jovem usar, e sim ele mesmo. A mãe de Duda levou uma calcinha preta cavada para o filho, e o namorado, ao vê-lo com a peça, ordenou que tirasse e vestiu a roupa íntima. Em seguida, os dois transaram.

Quando Duda foi para o regime aberto, o casal teve uma despedida emocionante, mas, mesmo com promessas, Cristian não quis retomar o namoro fora da prisão. Ao ganhar o regime aberto, em 2017, Pavão foi procurado por Duda e Sherminne, mas o criminoso dispensou os dois para começar uma vida do zero. Duda e Cristian chegaram a jantar juntos, se beijaram, mas não transaram, o que marcou o fim do contato entre os eles.