Queniana quebra recorde e etíope vence prova masculina da São Silvestre

Publicado em 31/12/2016, às 10h25

Por Redação

Antes da Corrida Internacional de São Silvestre, a queniana Jemima Sumgong fez charme. Disse que seu histórico vitorioso em longas distâncias não lhe dava a certeza de bom resultado. O que se viu nas ruas de São Paulo na manhã desta sexta-feira, porém, foi ela ditando um ritmo fortíssimo, a ponto de vencer com o novo recorde da prova.

Sumgong correu a prova toda praticamente sozinha, depois de abrir folga já nos primeiros quilômetros. Mesmo debaixo de muito calor na manhã do último dia do ano e sem nenhuma rival por perto para incentivá-la a acelerar, a queniana completou os 15km da São Silvestre em 48min35s.

O resultado é impressionante porque supera em 0s13 o tempo feito pela também queniana Priscah Jeptoo em 2011. Naquele ano, porém a prova teve largada na avenida Paulista e chegada no Obelisco do Ibirapuera. Aconteceu em descida, portanto.
Métrica mais justa com o tempo anotado por Sumgong é a comparação com o tempo das campeãs dos últimos três anos. Nancy Kipron completou em 51s58 em 2012, enquanto que a etíope Yimer Wude Ayalew marcou 50s43 em 2014 e 54s01 no ano passado. Em percurso semelhante - houve alterações em algumas ruas no centro -, a queniana foi quase seis minutos mais rápida do que a campeã de 2015.

Assim, ela fechou um 2016 praticamente perfeito. Jemima Sumgong tem 36 anos e abriu a temporada em abril vencendo a Maratona de Londres, uma das mais tradicionais do mundo. Depois, nos Jogos Olímpicos do Rio, quebrou um tabu histórico e deu ao Quênia seu primeiro ouro na maratona feminina.

Sumgong sobrou, mas a também queniana Flomena Cheyech Daniel também fez grande prova, completando com o tempo de 49min15s muito mais rápida do que as campeãs recentes. O pódio ainda teve Eunice Cehbicii (50min26s), queniana que corre pelo Bahrein, a então atual bicampeã Ayalew (51min40s) e a também etíope Ester Chesang Kakuri (51min45s). A melhor brasileira foi Tatiele de Carvalho, representante do Brasil nos 10.000m do atletismo nos Jogos Olímpicos do Rio.

Prova Masculina

A prova masculina da São Silvestre em 2016 teve, mais uma vez, domínio africano, com o diferencial de a chegada ter sido emocionante. Somente nos últimos metros, já na chegada, na avenida Paulista, o etíope Leul Gebresilase Aleme apertou o ritmo e se distanciou de outros dois adversários para ganhar a prova, com dois segundos de diferença para o segundo lugar. O melhor brasileiro foi Giovani dos Santos, que repetiu a melhor marca pessoal e foi o quarto colocado.

O etíope de 24 anos foi o vice-campeão do ano passado e teve de superar uma dura disputa com o compatriota Dawit Admasu, vencedor em 2014 e segundo colocado agora, e o queniano Stephen Kosgei, terceiro lugar. Os três estavam lado a lado até Aleme acelerar e superar os outros dois pouco antes da chegada, em um sprint emocionante, com o tempo de 44min52s.

Os competidores tiveram de encarar um calor de quase 30ºC, a temperatura mais alta desde a realização da prova pela manhã, o que ocorre desde 2012. O domínio africano aumenta o jejum brasileiro de vitórias na prova masculina, vencida pela última vez por um atleta nacional em 2010, com Marilson Gomes dos Santos. O resultado de 2016 fez Giovani igualar as marcas de 2012 e 2013, quando também foi o quarto. Nos dois anos seguintes o mineiro acabou em quinto. Desta vez, terminou a meio minuto do terceiro colocado, com 45min30s como tempo corrigido.

Ao contrário da prova feminina, em que o domínio da queniana Jemima Sumgong se deu desde os primeiros metros, no masculino a disputa permaneceu indefinida por mais tempo. Um grupo de brasileiros se revezou na liderança no começo, até um grupo de cinco competidores do pelotão elite se distanciar dos demais. Nesse quinteto, o mineiro Giovani dos Santos representava o Brasil contra os quatro africanos.

Os corredores trocavam de liderança a todo instante. Na temida subida da avenida Brigadeiro Luís Antonio, um dos trechos finais dos 15 km da São Silvestre, o ritmo dos africanos prevaleceu. Giovani perdeu contato com os concorrentes e os três primeiros colocados abriram vantagem. Desses, dois etíopes e um queniano continuaram a correr lado a lado até os metros finais, antes da definição. Os três primeiros lugares cruzaram a linha final com apenas sete segundos de intervalo. Willian Kibor, do Quênia, completou o pódio em quinto.

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