‘Quiet Cracking’: entenda a crise silenciosa que se espalha no ambiente de trabalho

Publicado em 22/08/2025, às 11h01
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Por O Antagonista

O termo Quiet Cracking, identificado por um estudo da TalentLMS, descreve um estado persistente de insatisfação no trabalho que corrói, de forma discreta, o envolvimento e a motivação de quem trabalha.

Não é burnout, que costuma se manifestar de forma visível, nem o Quiet Quitting, marcado pela recusa consciente de não fazer nada além do mínimo para manter o seu emprego.

É quando a pessoa, de forma quase invisível, não consegue mais se conectar com seu trabalho e empresa, com impacto real sobre desempenho e clima organizacional.

O estudo mostra um sentimento paradoxal: as pessoas não estão necessariamente preocupadas em perder seus empregos, mas não sentem que a relação empregador-empregado vai durar.

Segundo a pesquisa, depoimentos de trabalhadores mostram o enorme custo psicológico: ansiedade, ataques de pânico, fadiga extrema e até choro durante o deslocamento para o trabalho

A pesquisa mostra que 20% dos trabalhadores nos Estados Unidos passam por isso com frequência, e outros 34% relatam vivenciar o fenômeno em algum momento.

As causas são várias: além da insegurança em relação ao futuro da carreira, a falta de perspectivas de crescimento e medo do avanço da automação estão entre as principais.

A falta de capacitação agrava o quadro. Quem não fez treinamentos no último ano tem 140% mais chances de se sentir inseguro em seu trabalho.

Outro fator central é a relação com a liderança. Quase metade dos que vivem o Quiet Cracking sente que seus gestores são distantes ou não ouvem as suas preocupações.

Essa distância dificulta a identificação dos sinais iniciais, como retraimento em reuniões, queda no interesse por projetos ou ausência de participação em decisões. Quando a empresa percebe, o desgaste já está consolidado.

O impacto financeiro também é grande. Caem a produtividade, o engajamento e a confiança, gerando prejuízos para a empresa e enfraquece sua cultura interna.

Em alguns casos, a pressão psicológica pode levar ao chamado Revenge Quitting, isto é, quando há pedido de demissão imediata, sem aviso, motivado pelo acúmulo de frustração e ressentimento. Essa reação é mais sentida entre a Geração Z.

A prevenção para esse problema passa por três frentes. Primeiro, oferecer oportunidades contínuas de aprendizado, reduzindo a sensação de obsolescência.

Segundo, criar canais de diálogo consistentes, com conversas individuais frequentes para captar insatisfações antes que se aprofundem. Terceiro, reconhecer de forma clara as contribuições das pessoas, seja com elogios públicos ou com oportunidades de crescimento na carreira.

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