Quimioterapia e pets: saiba como manter a convivência segura

Publicado em 07/12/2025, às 10h00
O contato direto e constante dos pets com pacientes oncológicos pode trazer riscos para ambos (Imagem: Mariano Gaspar | Shutterstock)
O contato direto e constante dos pets com pacientes oncológicos pode trazer riscos para ambos (Imagem: Mariano Gaspar | Shutterstock)

Por Redação EdiCase

A presença de um animal de estimação costuma trazer conforto emocional, alívio do estresse e melhora na autoestima de pacientes humanos em tratamento contra o câncer. No entanto, o convívio com cães e gatos durante a quimioterapia requer atenção especial, tanto para proteger o paciente quanto o próprio pet.

Conforme a médica-veterinária e mestre em Ciências Juliana Rozolen, oncologista e professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, o tratamento quimioterápico enfraquece o sistema imunológico, deixando o organismo mais suscetível a infecções secundárias. 

“A microbiota residente na pele, trato digestivo ou trato urinário podem sofrer alterações e não exercer seu papel como camada protetora, proporcionando assim uma porta aberta para possíveis infecções, caso o paciente possua fissuras cutâneas e as mucosas fragilizadas”, explica.

Riscos também existem para os pets

Assim como há perigos para o paciente em tratamento contra o câncer, a docente alerta que também há riscos para os animais de estimação a convivência com pessoas que estão sob efeitos dos quimioterápicos.

“Durante o tratamento, parte das substâncias químicas pode ser eliminada pelo suor, pela urina ou até pela descamação da pele. Em alguns casos, o contato direto e constante ou por meio de lambeduras podem representar risco de contaminação para o pet, dependendo da substância, intensidade e da frequência de exposição”, observa Juliana Rozolen.

Contudo, nada que um bom manejo e orientações tanto dos médicos quanto dos médicos veterinários não possam harmonizar estas condições.

Pata de um cachorro em cima de mãos femininas em um jardim
A separação entre tutor e pet deve ser a última alternativa (Imagem: Bohdan Malitskiy | Shutterstock)

Quando o afastamento temporário é recomendado

A professora destaca que em alguns casos há recomendações médicas mais extremas para o afastamento temporário dos animais de estimação, quando a condição do paciente está bem vulnerável e a imunidade, bem delicada. “[O afastamento é afeito] até que o quadro do paciente estabilizasse, justamente para evitar riscos tanto para o animal quanto para o tutor. São decisões delicadas, mas sempre baseadas na segurança e no bem-estar de ambos”, comenta.

A convivência pode ser possível

Apesar disso, Juliana Rozolen reforça que a separação entre tutor e pet deve ser a última alternativa, e que, na maioria dos casos, a convivência é possível com medidas simples de higiene, orientação e manejo adequado, sempre com acompanhamento veterinário. 

“Com vacinação e vermifugação em dia, banhos regulares e cuidados com o ambiente, o convívio é seguro. É importante que o médico oncologista e o médico-veterinário trabalhem juntos para definir as melhores orientações para cada caso e para cada paciente, ou seja, se o tutor é o paciente oncológico ou o seu pet é o paciente oncológico”, conclui.

Por Bianca Lodi Rieg


Gostou? Compartilhe