É indiscutível que A Regra do Jogo é uma boa novela. A trama é bem amarrada, tem personagens fortes, Giovanna Antonelli e Alexandre Nero estão em boa forma, enfim, é um trabalho do autor João Emanuel Carneiro. E tudo isso junto, no passado não tão distante, era algo que segurava a onda tranquilamente de uma novela global. Era o bastante para dar boa audiência e explodir nos momentos decisivos, chegando a 40 pontos no Ibope. Ou até mais.
Já há algum tempo as tramas das 21h da Globo vêm dando sinal de que a audiência não chega mais onde chegava. E isso é mérito também das outras emissoras, que estão colocando programas bons e com uma grande pegada de público. Essa equação vem complicando A Regra do Jogo. A novela enfrenta toda a concorrência, mas também tem problemas em si própria, como o fato de estar patinando na história há algum tempo. O desenvolvimento do enredo é lento, há muita repetição de situações e tudo custa muito a sair do lugar.
Um complicador geral dessa equação é que há muitos detalhes sendo mostrados a todo momento e se o espectador perde um capítulo acaba ficando vendido. Se perde dois capítulos então, aí fica boiando mesmo. Assim, para o público entrar na história novamente leva mais um tempo e isso vai irritando quem tenta acompanhar a novela.
Fora isso, o autor se excede no realismo e na maldade de seus personagens. Cenas de tortura, ameaça, tudo filmado com muito realismo não ajudam muito. Normalmente, quem assiste a uma novela à noite quer um pouco de escapismo e não ficar revendo toda a violência do dia a dia a que somos expostos. E muita gente má junta ao mesmo tempo também enche a paciência. É legal ver um pouco de heroísmo e até um romance aos moldes clássicos.
Para finalizar, a trama de A Regra do Jogoprecisaria ser mais amigável, o que não parece que vai acontecer. Do jeito que está, ela afasta mesmo as pessoas e isso, óbvio, impede seu crescimento. A novela, assim, fica rodando em falso em si mesma.
Fonte: R7
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