Repórter do Fox Sports é assediada ao vivo com tentativa de beijo em pleno Maracanã

Publicado em 15/02/2019, às 20h42
Reprodução/Fox Sports
Reprodução/Fox Sports

Por Folhapress

A repórter do Fox Sports Karine Alves foi assediada ao vivo enquanto dava informações aos telespectadores a respeito do clássico entre Flamengo e Fluminense, na quinta-feira (14), pela semifinal da Taça Guanabara, no Maracanã. Um torcedor que vestia a camisa do Flamengo tentou beijar o rosto dela. Como reação, a repórter se esquivou e continuou a dar os detalhes do jogo.

Nas redes sociais, Karine fez um desabafo, agradeceu pelas mensagens de apoio recebidas e falou sobre o momento pelo qual passou. "Sou mulher, mas também jornalista, apresentadora e repórter. Ninguém tem o direito de desrespeitar uma pessoa ou alguém durante o trabalho. Seja forçando um contato físico, como um beijo ou abraço, quando não há consentimento. O nome correto para isso é importunação sexual", disse.

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O Maracanã, templo de tantos grandes jogos e golaços, hoje foi palco de mais um episódio de assédio com uma jornalista. Dessa vez, a vítima foi a repórter e apresentadora Karine Alves, do FOX Sports. Até quando vamos ter que trabalhar inseguras, reféns do machismo? Não demorou muito para 2019 nos mostrar que os assediadores ainda estão por todos os lados e que eles vestem todas as camisas. O incêncio no Ninho do Urubu completou uma semana, mas nem mesmo o clima de homenagens às vítimas impediu que mais um homem tentasse tirar proveito de uma repórter durante o exercício da sua profissão. @karinealveska foi forte e profissional, não se deixou abalar, não deixou que sua voz fosse silenciada. A voz dela é a nossa e mais uma vez repetimos, juntas: #DeixaElaTrabalhar. Nós repudiamos todo tipo de assédio, misoginia e machismo, seja ele velado ou escancarado.

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A repórter, que trabalha no meio esportivo há 12 anos, conta que vai continuar a atuar em grandes eventos e em jogos, já que "levar informação ao telespectador é a missão diária". Ela revela também que medidas estão sendo tomadas. "Já tomei todas as providências legais cabíveis que estavam ao meu alcance", diz.

Em nota, o Fox Sports diz repudiar o ato. "O Fox Sports repudia veementemente tal desrespeito sofrido por Karine e lamenta que a repórter tenha passado pelo constrangimento enquanto exercia sua missão, que é de levar informação ao público. A emissora está dando todo o suporte para a profissional".

Casos como esse já aconteceram diversas vezes. Durante a cobertura dos jogos da Copa do Mundo na Rússia, a repórter do Grupo Globo Júlia Guimarães quase foi beijada enquanto se preparava para uma entrada ao vivo. "Nunca faça isso. Eu não te autorizo a fazer isso. Não é educado. Nunca faça isso", disse ela ao torcedor assediador. Foi a segunda vez que ela passou por uma situação dessa no mesmo Mundial.

A repórter Fabíola Andrade, do SporTV, esteve envolvida em um outro caso, em novembro do ano passado, mas ela negou que sofreu assédio. Em um jogo de futebol, a repórter de campo aparece à beira do gramado e um companheiro de emissora parece colocar uma das mãos em seus glúteos. Com a repercussão do caso, Fabíola resolveu se pronunciar. "A respeito do vídeo que está circulando, queria dizer que vi por outros ângulos e conversei com meu colega que trabalha comigo há cinco anos. Não aconteceu assédio. Ele estava manuseando o cabo de áudio que fica preso à minha roupa", postou.

Mais recentemente, em janeiro, a jornalista Bruna Drews denunciou José Luiz Datena ao Ministério Público de SP e o acusou de abusos enquanto funcionária do Brasil Urgente, na Band. Segundo ela, o apresentador a chamava de palavras ofensivas. Datena nega as acusações e se pronunciou no ar sobre o caso.

Repórter da Fox Sports México, María Fernanda Mora foi apalpada ao vivo durante uma cobertura de um jogo de futebol no país. A reação dela foi virar para empurrar o agressor.

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