por Gilson Monteiro
Publicado em 01/10/2025, às 17h07
Leitora assídua e jornalista, a pernambucana radicada em Alagoas, Priscila Muniz, é uma das finalistas do concurso literário do TikTok, Livros do Futuro.
Com o livro “Do outro lado do muro”, Priscila ficou entre as 150 finalistas de uma seleção que contou com mais de 2.500 inscritos.
No concurso, cada semifinalista apresenta, em um vídeo na plataforma, a sua ideia de livro para que o público possa escolher o projeto que gostaria de ler.
O Livros do Futuro é uma iniciativa do BookTok Brasil para encontrar os próximos best-sellers mais comentados da plataforma.
VOCÊ PODE VOTAR!
Para votar no livro de Priscila, basta acessar o TikTok no endereço TikTok Livros do Futuro.
Caso vença o concurso, a obra poderá ser publicada pela Globo Livros, parceira da iniciativa, que também conta com a HarperCollins, responsável pela publicação do vencedor em suspense, e a Record, que publicará a obra escolhida em fantasia.
@prisaut Meu livro "Do outro lado do muro" está na semifinal do concurso "Livros do Futuro", do TikTok, na categoria romance. O vencedor dessa categoria será publicado pela @editoraalt A votação popular acontecerá entre 01 e 11 de outubro, no site livrosdofuturo.com Se você gostou dessa história, que tal me ajudar a levá-la para a final? #livrosdofuturo #booktokbrasil #bl #danmei ♬ som original - Priscila Muniz
Representatividade e aceitação
Em uma história ambientada em Maceió, o livro conta a trajetória de dois jovens: Léo, alagoano de 24 anos e estudante de Ciências Biológicas, e Kai, filho de chineses, professor introvertido que enfrenta dificuldades em interações sociais.
“É meu primeiro livro do gênero romance. É uma história ambientada em Maceió, mas que traz a intersecção com a cultura chinesa. Por ser protagonizada por um casal LGBT, trata muito sobre representatividade e aceitação”, contou a autora ao TNH1.
Priscila atuou como jornalista em redações do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, no Recife. Atualmente, é professora do curso de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Romance se passa em Maceió
Do outro lado do muro é um romance young adult que mescla a temática LGBTQIAP+ com reflexões filosóficas, indo além de uma história de amor trivial.
Explorando os universos dos dois protagonistas, Priscila consegue, em um único romance, trazer elementos da cultura nordestina.
No mundo do maceioense Léo, aparecem referências a músicas de Dominguinhos, Chico César e Djavan, além de tradições como as festas juninas.
A partir das raízes chinesas de Kai, a autora mergulha na literatura, mitos e tradições orientais, trazendo lendas como a da deusa da Lua Chang’e, os poemas de Li Bai, os Analectos de Confúcio, o Livro do Dao, de Laozi, A Arte da Guerra, de Sun Tzu, entre outras referências culturais.
Saiba mais sobre a história
A história começa quando Léo, alagoano de 24 anos e estudante de Ciências Biológicas, retorna a Maceió após uma viagem de quinze dias pela Chapada Diamantina. Em conversa com a mãe, descobre que sua gata laranja, Mila, anda passando muito tempo fora de casa, chegando a dormir na rua por algumas noites.
Dona Sônia, mãe de Léo, revela que o pai, seu Jones, colocou uma coleira com câmera na gata para descobrir o que ela fazia em suas saídas diárias. O primeiro capítulo termina com uma troca de mensagens no grupo de WhatsApp que Léo mantém com outros jovens do condomínio. Na conversa, eles mencionam Kai, vizinho recém-chegado, descrito como sério e frio. Um amigo de Léo, Cadu, conta que, na Faculdade de Letras onde Kai leciona, existe até uma aposta para ver quem consegue uma foto do professor sorrindo.
No capítulo seguinte, conhecemos Kai, um professor introvertido que enfrenta dificuldades sociais. O leitor acompanha suas reflexões sobre identidade como filho de imigrantes chineses no Brasil, sentindo-se dividido entre dois mundos, sem pertencer totalmente a nenhum deles. Numa noite, após o trabalho, Kai encontra conforto ao interagir com Mila, gesto que provoca nele um sorriso amplo e sincero.
Voltando ao ponto de vista de Léo, a narrativa mostra o dia seguinte à interação, quando ele assiste às imagens capturadas pela câmera da coleira. Inicialmente, Mila aparece explorando o quintal e entrando na casa de Kai, deixando Léo dividido entre o desconforto ético de invadir a privacidade do vizinho e a curiosidade de acompanhar a gata.
Ao continuar assistindo, Léo vê Mila interagir com Kai e provocar um sorriso espontâneo. Esse gesto captura completamente Léo, que começa a questionar seus sentimentos, já que sempre se considerou hétero. No grupo de WhatsApp, Cadu ainda sugere que Kai seja gay.
A partir daí, acompanhamos a jornada de Léo em busca de se aproximar de Kai, inicialmente sem entender o motivo, mas logo descobrindo seus verdadeiros sentimentos. Kai, por sua vez, vive o dilema entre a segurança da solidão e a possibilidade de viver um amor novo.
O epílogo é considerado um dos pontos fortes da obra. Narrado do ponto de vista da gata Mila, ele ressignifica a história de Léo e Kai a partir da mitologia chinesa.
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