Secretaria de Saúde afasta dez servidores após operação da Polícia Federal

Publicado em 19/12/2025, às 10h07
Divulgação/PF
Divulgação/PF

por Pedro Acioli*

Publicado em 19/12/2025, às 10h07

A Secretaria de Saúde de Alagoas afastou dez servidores, incluindo o Secretário Gustavo Pontes, após uma operação da Polícia Federal que investiga um esquema de desvio de recursos públicos na saúde do estado, com implicações significativas para a administração pública.

As investigações revelaram que o esquema envolvia contratos emergenciais que totalizam quase R$ 100 milhões e o desvio de mais de R$ 18 milhões do Sistema Único de Saúde, com a compra de bens como uma pousada em Porto de Pedras por R$ 5,7 milhões.

Além do afastamento dos servidores, a Polícia Federal apreendeu quase R$ 300 mil em espécie na residência de um dos assessores, e as medidas cautelares incluem a suspensão do exercício de função pública por 180 dias, enquanto as investigações continuam.

Resumo gerado por IA

A Secretaria de Saúde Alagoas (Sesau) afastou temporariamente dez servidores do órgão nessta sexta-feira (19), após a operação da Polícia Federal que investiga um esquema milionário na Saúde do estado, envolvendo compra de pousada e desvio de recursos públicos.

O primeiro afastado pelo Governo de Alagoas foi o Secretário Gustavo Pontes, que foi uma das medidas cautelares cumpridas pela Polícia Federal, que inclui a suspensão do exercício de função pública por 180 dias, expedido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

No Diário Oficial desta sexta-feira (19), o Secretário interino da pasta, Emuanel Victor, considerou o decreto da suspensão de Gustavo Pontes e afastou outros dez servidores de seus respectivos cargos pelo período de 180 dias. Ainda não é confirmado se todos os afastados são suspeitos de integrar o esquema. 

Em nota, a Sesau esclareceu que, "em razão da Operação Estágio IV da Polícia Federal, deflagrada na última terça-feira (16), afastou, temporariamente, pelo prazo de 180 dias, 10 servidores, entre ocupantes de cargos de provimento em comissão e colaboradores. O afastamento tem o objetivo de assegurar que a apuração ocorra de maneira completa, técnica, independente e sem qualquer tipo de interferência, até que a comissão especial, composta pelo secretário-chefe do Gabinete Civil, Controladoria-Geral do Estado e Procuradoria-Geral do Estado, preste todas as informações necessárias aos órgãos de investigação, garantindo o pleno respeito ao devido processo legal, ao contraditório e à presunção de inocência, princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito". 

Dinheiro encontrado na casa de um dos suspeitos de integrar o esquema. Divulgação/PF

Confira todos os afastados: 

  • Luiz Dantas - Assessor do gabinete da Saúde de Alagoas;
  • Lucas Mateus Barros Monteiro - Assessor Técnico de Serviços de Engenharia e Arquitetura;
  • Luciano André Costa de Almeida - Assessor especial;
  • Yuri Amaral Almeida - Cargo não divulgado;
  • Reinaldo Fernandes Júnior - Cargo não divulgado;
  • Henrique Pereira de Lima - Cargo não divulgado;
  • Aline Félix Santiago Pereira - Cargo não divulgado;
  • Neurivan Calado Barbosa - Cargo não divulgado;
  • Franklin Pedrosa de Carvalho - Cargo não divulgado;
  • Raul Pereira de Lima - Cargo não divulgado.

O esquema

Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em Alagoas. As investigações apontam favorecimento em contratos emergenciais firmados pela Secretaria de Saúde (Sesau) e também apuram o desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Entre os bens adquiridos pelo grupo está uma pousada em Porto de Pedras (AL), comprada em 2023 por R$ 5,7 milhões, paga por empresários beneficiados pelo esquema. Os valores também custearam viagens internacionais e gastos pessoais dos investigados.

Segundo a PF, o esquema envolveu favorecimento em contratos emergenciais firmados pela Sesau entre 2023 e 2025 com duas empresas: uma fornecedora de material hospitalar e uma construtora. Esses contratos geraram pagamentos de vantagens indevidas aos investigados.

Os contratos somam quase R$ 100 milhões, parte ainda em execução. Além disso, a investigação aponta desvio de recursos do SUS por meio de ressarcimentos superfaturados de consultas e procedimentos médicos que não teriam ocorrido, totalizando mais de R$ 18 milhões.

*Estagiário sob supervisão

Gostou? Compartilhe