Sequestrador que fez casal refém por 7h no RJ fez pix de R$ 15 mil para própria conta, diz delegada

Publicado em 06/05/2023, às 10h20
Thiago de Lima Finoquio, de 26 anos, já foi condenado por roubo, cumpriu uma parte da pena em liberdade e continuou roubando | Divulgação
Thiago de Lima Finoquio, de 26 anos, já foi condenado por roubo, cumpriu uma parte da pena em liberdade e continuou roubando | Divulgação

Por Extra Online

Thiago de Lima Finoquio, de 26 anos, apontado como um dos criminosos envolvidos no sequestro e extorsão de um casal que viajava para Friburgo na madrugada de quinta-feira, na BR-101, altura de Itaboraí, teria feito um pix no valor de R$ 15 mil com os celulares das vítimas para sua própria conta. A ação, segundo a delegada que investiga o caso, Norma Lacerda, da 71ª DP (Itaboraí), demonstra a "ousadia dos criminosos que voltaram a roubar na região".

O crime foi registrado na delegacia como roubo com reféns, restrição de liberdade da vítima, utilização de arma e extorsão pela restrição de liberdade. Somadas as penas, a quadrilha pode pegar de 8 a 30 anos de prisão. Além de Thiago, outros cinco criminosos participaram da ação e também fizeram transferências para contas distintas, que estão sendo investigadas.

Segundo a polícia, Thiago, que já foi condenado por roubo, cumpriu uma parte da pena em liberdade e continuou roubando. Contra ele, que está foragido, foi expedido um novo mandado de prisão.

— Geralmente esse criminosos costumam usar contas laranjas para fazer esse tipo de transferência. No caso dessa quadrilha, o Thiago fez um pix para a própria conta, mostrando sua ousadia. Estamos apurando para identificar de quem são as outras contas transferidas. Eles não pediriam resgate, mantiveram as vítimas para fazer a extorsão. É assim que atuam — afirmou a delegada.

A "quadrilha do pix" levou, além dos R$ 250 mil do casal sequestrado, mala com roupas, celulares e relógios. Em depoimento, as vítimas contaram que foram ameaças de morte pelos criminosos. A localização do casal só foi possível porque o pai da mulher estranhou sua demora e percebeu diversas transações bancárias com grandes quantias da conta dela.

— O pai dela chegou na delegacia com os prints das transações. Rapidamente buscamos rastrear o celular da vítima até chegarmos a localização deles. A família estava monitorando a conta bancária para saber o que estava acontecendo. Isso nos ajudou muito e foi fundamental para o resgate — pontuou a delegada.

Em 2021, outra quadrilha que atuava na região cometendo roubos e extorsão na BR 101, também na altura de Itaboraí, foi presa pela polícia. De acordo com as investigações, o grupo costumava abordar as vítimas que dirigiam carros de luxo e em horários diferentes, para não chamar a atenção da polícia. A semelhança do modus operandi da "quadrilha do pix", segundo apontam as investigações, indica que o grupo pertence à mesma comunidade, na Zona Norte do Rio, e à mesma facção dos antigos criminosos.

— Na época das prisões, a gente teve acesso a um dos veículos roubados e encontramos digitais. Com isso, foi possível localizar e identificar os integrantes das quadrilhas para fazer a prisão. Agora, estamos percebendo que há um mesmo modo de ação. Isso nos leva a crer que o grupo esteja se restruturando. A principal diferença entre os grupos criminosos é que o antigo roubava carros também e este foca em extorquir as vítimas — afirmou a delegada.

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