Síndrome da árvore de Natal: como evitar alergias no fim de ano

Publicado em 05/12/2025, às 16h00
As alergias são mais comuns durante o fim de ano (Imagem: reddish | Shutterstock)
As alergias são mais comuns durante o fim de ano (Imagem: reddish | Shutterstock)

Por Redação EdiCase

O fim de ano transforma hábitos, espaços e ritmos — e essa mudança coletiva tem impacto direto na saúde, inclusive com crises alérgicas tornando-se mais frequentes. As alergias afetam entre 30% e 40% das pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Alergia. Elas podem provocar irritações como coceira, dificuldade para respirar, vermelhidão, manchas na pele e vários outros incômodos. O problema é tão habitual nessa época que passou a ser conhecido como “síndrome da árvore de Natal”.

Segundo Tiago Ferreira, médico da área de Clínica Médica do AmorSaúde, as crises alérgicas deste período podem ter como causa múltiplos fatores. “A combinação de pratos muito variados, ambientes mais fechados e decorações guardadas por meses acaba criando um cenário bastante favorável para crises alérgicas”, explica.

Além disso, alterações súbitas na rotina podem intensificar as alergias. “É por isso que muitas pessoas que passam o ano inteiro bem começam a ter sintomas justamente em dezembro”, resume. Todavia, adotar cuidados antecipados ajuda a atravessar a temporada festiva com mais leveza.

Causas das alergias durante as festas de fim de ano

No geral, as alergias nas festas de fim de ano podem ter duas principais causas: alimentar e respiratória. No caso da alergia por ingestão de alimentos, Tiago Ferreira explica que castanhas, nozes, amêndoas, frutos do mar e alguns conservantes presentes em produtos industrializados típicos das ceias são os que mais provocam reações.

Por outro lado, a alergia respiratória normalmente ocorre devido à presença de poeira, ácaros e, às vezes, até mesmo mofo em enfeites que ficaram guardados durante todo o ano. “Quando tudo isso é retirado das caixas, as partículas se espalham e podem desencadear sintomas respiratórios, como espirros, coriza e coceira nos olhos”, esclarece o médico.

Cuidados para evitar alergia alimentar no fim de ano

Para evitar a alergia alimentar, em primeiro lugar, é preciso estar atento aos alimentos presentes na ceia. “Panetones, sobremesas e pratos prontos costumam ter corantes, aromatizantes e conservantes que podem causar reação alérgica em pessoas sensíveis”, detalha Tiago Ferreira. Se esse for o seu caso, é melhor evitar o consumo desses produtos.

Outros ingredientes clássicos do Natal, como castanhas, amendoim, camarão, bacalhau, leite e ovos, são alguns dos mais responsáveis pelas crises alérgicas. “Para quem tem alergias alimentares, o ideal é sempre perguntar sobre os ingredientes usados nos pratos, especialmente em sobremesas e preparos com castanhas ou frutos do mar, que costumam aparecer com frequência”, aconselha o médico do AmorSaúde.

Sintomas de alergia alimentar

Tiago Ferreira explica que alguns sinais podem indicar que alguém consumiu um alimento que gerou uma crise alérgica, entre eles, estão coceira na boca, vermelhidão, placas na pele, náusea, dor abdominal ou diarreia. 

Em casos mais graves, os sintomas podem indicar a necessidade de buscar um pronto-socorro. “Quando a pessoa relata sensação de ‘aperto’ na garganta, dificuldade de respirar, tontura ou inchaço rápido, isso já indica uma reação mais séria e requer atendimento imediato”, enfatiza.

O médico cita que nas intolerâncias alimentares, “que ocorrem com o consumo de lactose ou glúten, por exemplo, os sintomas tendem a ser mais digestivos e menos abruptos, mas também podem atrapalhar bastante”. Novamente, vale a pena questionar sobre o uso desses ingredientes no preparo da ceia antes do consumo, caso alguém saiba que possui intolerância.

Mulher sentada no chão organizando enfeites natalinos retirados de caixas plásticas próximas a um sofá, com uma árvore ao fundo
O ideal é retirar as decorações em local ventilado, limpar com pano úmido e evitar movimentos que espalhem partículas (Imagem: Zhuravlev Andrey | Shutterstock)

Cuidados para evitar alergia respiratória

Para evitar a alergia respiratória, Tiago Ferreira diz que “o ideal é retirar os itens de decoração natalina das caixas em um local arejado, passar um pano úmido nas peças e evitar jatos de ar ou sacudir com força, porque isso espalha mais partículas”.

O médico do AmorSaúde ressalta que, “quando os enfeites ficam guardados por longos períodos, especialmente em caixas de papelão ou locais úmidos, a poeira e os ácaros se acumulam sem que a pessoa perceba. Ao abrir as caixas, tudo se espalha pelo ambiente”. 

No caso da presença de mofo, que é gerado pelo bolor em ambientes úmidos, e que pode ser detectado por meio de manchas escuras, o ideal é descartar as decorações. “Tecidos decorativos, como toalhas ou fitas, devem ser lavados antes do uso. E, depois das festas, vale guardar tudo em caixas plásticas bem fechadas, que vedam melhor e não retêm umidade”, indica o médico.

Ele ainda ressalta que as medidas comuns para evitar alergia, que podem ser usadas durante todo o ano, também são válidas durante as festas. “Evitar ambientes muito fechados e, se possível, fazer uma limpeza simples nos espaços onde a pessoa vai ficar por mais tempo é uma solução”, explica.

Como agir em crises alérgicas

Em caso de crises alérgicas durante as festas, é necessário avaliar a gravidade da situação e tomar medidas. “O primeiro passo é interromper o contato com o possível gatilho, seja um alimento, um cheiro forte ou a poeira da decoração”, explica Tiago Ferreira. 

Ele afirma que, caso a reação alérgica seja leve, com coceira ou manchas pequenas na pele, é possível lavar as mãos e o rosto e observar se os sintomas diminuem. No entanto, sinais como inchaço nos lábios ou nos olhos, chiado no peito, sensação de aperto na garganta ou dificuldade para respirar indicam uma reação mais séria. “Nesses casos, é importante procurar atendimento médico o quanto antes, porque podem evoluir para uma reação grave”, ressalta. 

Por fim, o médico do AmorSaúde alerta que todos que possuem alergia precisam manter por perto a medicação de resgate. “Sprays nasais ou o tratamento de manutenção da asma, também ajudam a reduzir bastante o risco de crises”, finaliza.

Por Nayara Campos

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