O julgamento de Leandro dos Santos Araújo, acusado de assassinar sua sogra e esconder o corpo em uma geladeira, começou com depoimentos de testemunhas, incluindo um motorista que participou do descarte do eletrodoméstico, revelando detalhes sobre a ocultação do crime.
Leandro confessou o assassinato de Flávia dos Santos Carneiros, alegando que a vítima não aceitava seu relacionamento com a filha dela, uma adolescente de 13 anos, e mencionou a participação de seu pai e da namorada na ocultação do cadáver.
Após o crime, o corpo foi encontrado dentro da geladeira, que foi abandonada em uma área de mata, e a denúncia do motorista levou à descoberta do crime, resultando na prisão dos envolvidos e no início do julgamento.
As testemunhas do julgamento de Leandro dos Santos Araújo, de 23 anos, acusado de matar a sogra e esconder o corpo dela em geladeira, começaram a depor na manhã desta segunda-feira (20). O motorista de frete Ederaldo Silva, contratado para o descarte do eletrodoméstico com o conhecimento do pai de Leandro, Ademir da Silva Araújo - também réu por ocultação de cadáver -, detalhou que teve o interesse em ficar com a geladeira, mas os acusados disseram que ele não poderia, com a justificativa de que havia uma "macumba" dentro dela.
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“Trabalho há 14 anos neste ramo. O réu [Leandro] prestava serviço na capotaria. Foi quando conheci ele e rolou a amizade. Ele me convidou para fazer o frete. Quando foi por volta de 8h, de 9h30, ele ligou e disse que tinha uma geladeira pra levar. Perguntou se R$ 120 dava. Ele disse: R$ 100 dá? Aí eu aceitei, mas não recebi", iniciou a testemunha.
"Eu peguei a parte de cima da geladeira, que estava vazia. A outra parte foi ele e outro rapaz. Eu amarrei, botei em cima do carro. Fui na residência do pai dele [Ademir]. Eu caminhei até a casa e veio o pai dele: "Vai para o Benedito [Bentes]". Aí seguimos caminho. Ai fui até o Benedito Bentes I, só rodamos. Aí eu perguntei: onde é? Aí ele ficava falando no telefone com esse rapaz. Falava vários palavrões. Aí ele disse que seria no Benedito Bentes 2. Mas só ficamos rodando", complementou.
Júri teve início no Fórum do Barro Duro (Foto: Gabriel Amorim/TNH1)
Depois do diálogo, o motorista disse que recebeu a sugestão de ida até Riacho Doce. Porém, no meio do caminho, o acusado pediu para entrar em uma rua à esquerda, quando saiu na direção do canavial.
"Aí ele disse: a gente vai descartar essa geladeira. Aí eu disse: dê pra mim. Era novinha e bonita. Aí ele disse: tem uma macumba. Aí eu fiz: macumba? Não existe isso aqui. Aí quando chegamos lá, peguei a geladeira. Quando sacodi a geladeira, ela [vítima] foi embolando. Quando descartei, fiquei sem entender. A geladeira estava gelando na tomada na casa. Era nova, sem arranhão", afirmou o motorista.
Na sequência do depoimento, Ederaldo contou que esteve na casa de uma pessoa depois do serviço e comentou sobre o descarte no matagal. "Ela me disse para denunciar, aí procurei as autoridades e denunciei. Fiquei aguardando na delegacia e depois fomos até o local. A geladeira ainda estava lá", disse.
(Foto: Claudemir Mota/Ascom MPAL)
O caso
Leandro confessou ter matado a sogra, a garçonete Flávia dos Santos Carneiros, após ela não aceitar o relacionamento dele com a filha, uma adolescente de 13 anos. O assassino confesso também relatou a participação da namorada, filha da vítima, e do pai, que o auxiliou na ocultação do cadáver.
Depois do assassinato, O corpo de Flávia teve as mãos amarradas por um fio de tomada, foi colocado dentro de sacos de lixo e enrolado em dois lençóis, um edredom e toalhas. Os tecidos foram encontrados sujos de sangue.
O crime foi descoberto após o motorista de serviço de frete procurar a polícia para denunciar que havia levado pai e filho, Ademir e Leandro, até a área de mata, em Guaxuma, onde a geladeira foi abandonada em uma ribanceira com o corpo dentro.
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