A tragédia envolvendo a delegação da Chapecoense, ocorrida nas primeiras horas desta terça-feira (29), se une à lista de outros acidentes aéreos envolvendo desportistas de todo o mundo. Outros registros também marcam momentos tristes que chocaram o mundo.
LEIA TAMBÉM
Um dos mais marcantes envolveu o Torino Football Club, pentacampeão italiano. No dia 4 de maio de 1949, o avião que levava a delegação voltava de um amistoso contra o Benfica e colidiu contra a colina onde fica a Basília de Superga, devido a uma densa neblina e problemas com o altímetro. Todos os titulares e reservas do clube morreram carbonizados, assim como dois executivos, dois técnicos, um massagista e três jornalistas.
No mesmo ano, no dia 28 de outubro, o pugilista francês Marcellin “Marcel” Cerdan morreu na queda do avião que o levava a Nova York, onde iria assistir a um show da cantora Édith Piaf, com quem tinha um caso. A aeronave caiu em Açores, região autônoma de Portugal. Outra tragédia envolvendo o pugilismo ocorreu em 14 de março de 1980, quando 22 membros da equipe amadora de boxe dos Estados Unidos morreram em um acidente na Polônia.
Em um período de quase trinta anos, entre 1958 e 1987, mais quatro acidentes marcaram o mundo da bola. O clube inglês Manchester United sofreu um duro golpe quando os jogadores Geoff Bent, Roger Byrne, Eddie Colman, Mark Jones, David Pegg, Tommy Taylor e Liam “Billy” Whelan morreram em uma queda de avião em Munique, em fevereiro de 1958. Duncan Edwards sobreviveu à queda, mas morreu 15 dias depois, e Johnny Berry e Jackie Blanchflower tiveram ferimentos tão graves que nunca mais voltaram a jogar.
Os atletas integravam um grupo conhecido como “Busby Babes”, formados nas divisões de base e bicampeões da First Division inglesa, hoje conhecida como EFL. Também morreram três integrantes da comissão e oito jornalistas.
Os outros momentos trágicos na história do futebol bretão ocorreram com equipes da Dinamarca, do Uzbequistão e do Peru. Em 1960, a seleção dinamarquesa perdeu oito membros de sua equipe em um acidente em Kastrup, durante a decolagem de um avião. Já em 1979, o clube uzbeque Pakhtakor Tashkent perdeu 14 jogadores, o treinador e dois dirigentes em uma colisão aérea entre dois aviões Tupolev Tu-134 perto da cidade de Dniprodzerzhynsk, na Ucrânia, matando os 178 ocupantes das aeronaves. Em 1987, outra queda de avião: dezesseis jogadores do clube peruano Alianza Lima, em meio a 43 mortos no acidente ocorrido com um Fokker F27 no Oceano Pacífico. Apenas o piloto, Edilberto Villar, sobreviveu.
Um dos mais recentes acidentes registrados envolveu a seleção da Zâmbia em 1993, matando trinta pessoas, sendo 18 jogadores e quatro membros da comissão técnica. A delegação se dirigia a uma partida válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1994, quando o transporte caiu no Oceano Atlântico perto do Gabão. Uma investigação apontou que a causa do acidente foi um erro do piloto, que teria desligado o motor errado após um fogo na aeronave. A tragédia foi tema de um documentário lançado em 2014.
Talvez o mais icônico acidente envolvendo atletas, a queda de um Fokker F-27 na Cordilheira dos Andes em 13 de outubro de 1972 transportando jogadores uruguaios de rúgbi do Old Christians Club ficou conhecida como “O Milagre dos Andes”. Dos 45 passageiros, nove morreram durante ou logo após a queda e três na primeira noite. Outros dois morreram nos primeiros dias e oito em uma avalanche que atingiu a fuselagem da aeronave, onde os sobreviventes estavam abrigados.
Dezesseis pessoas sobreviveram, sendo resgatados mais de dois meses após o acidente, e todos tiveram que recorrer ao canibalismo, comendo os restos mortais dos demais passageiros. O fato histórico virou filme em 1993.
+Lidas