Alagoas

Travesti é presa acusada de sacrificar homem no lugar de cabra em ritual religioso

Eberth Lins | 18/01/24 - 12h09
Travesti foi presa em casa, na cidade de Rio Largo, onde passou a residir após o crime | Foto: Cortesia / Polícia Civil

Uma travesti, que estava foragida da justiça, foi presa nesta quinta-feira (18), em Rio Largo, região metropolitana de Maceió, acusada de participar de um homicídio triplamente qualificado no município São Miguel dos Milagres, no Litoral Norte de Alagoas. 

Jouse, como é conhecida a travesti, foi denunciada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPAL) por participar, com mais duas pessoas, da morte de Clivanildo Santos Lima durante um culto religioso, no dia 09 de dezembro de 2015. Veja o momento da prisão nesta quinta-feira:

De acordo com o MPAL, Jouse e Jardiel Brito Moura e Lilian Maria dos Santos Araújo cortaram o pescoço de Clivanildo com uma faca e o deixaram sangrar até a morte. A vítima estava embriagada e teria sido atraída por Jardiel a um terreiro de candomblé liderado pela travesti, que é mãe de santo.

"Jardiel Brito, então, aproveitou-se do momento de bebedeira que estava ocorrendo na casa de Jouse e convidou a vítima a ir até o local para se divertirem, já planejando sua morte e em conluio com os demais indiciados", diz a denúncia do MPAL. "Ao perceberem que a vítima já estava bastante embriagada e sem reação, resolveram iniciar o ritual de magia e ceifar sua vida em nome de um sacrifício", traz a denúncia da Promotoria de Justiça de Passo de Camaragibe.

Ainda conforme a investigação, a priori o sacrifício seria feito com um animal, mas o trio desistiu e optou por fazer com um ser humano. "Há relatos ao longo do IP [Inquérito Policial ] que falam que os acusados precisavam sacrificar um animal neste dia, e teriam até tentado fazer isso com uma cabra, contudo, descobriram que estava grávida e desistiram, preferindo sacrificar um ser humano", diz outro trecho da denúncia.

Desova do corpo - O corpo de Clivaldo Lima foi encontrado em uma área de descarte irregular de lixo e testemunhas teriam visto a travesti e a filha de santo carregando um pacote suspeito em um carro de mão, no dia do crime.

"No início da madrugada, após concluírem o trabalho e matarem a vítima dentro da casa do Josivan (Jouse), os acusados resolveram tentar esconder o corpo, foi quando a acusada LILIAN MARIA já tinha conseguido um carro de mão emprestado com sua genitora e resolveu utilizá-lo para arrastar o corpo até um local que parecia seguro", expõe o documento do MPAL.

Após se desfazerem do corpo, os acusados teriam lavado o terreiro durante a madrugada, o que também chamou a atenção das autoridades policiais. "Na manhã seguinte, os acusados, desesperados e na tentativa de encobrir o crime, resolveram lavar a casa onde a vítima foi morta, para tentar apagar os vestígios de sangue, limpeza essa que foi feita às 04:30h da madrugada, visto por testemunhas, o que, sem dúvida, demonstra uma atitude anormal e desesperada de quem possui responsabilidade".

A prisão, que aconteceu no bairro Gustavo Paiva, na cidade de Rio Largo, foi possibilitada por uma investigação de aproximadamente 30 dias do Núcleo de Investigação Especial (NIESP), da Polícia Civil (PC).