Tricotilomania: entenda o que é o distúrbio que faz Amanda, do BBB 23, arrancar o cabelo

Publicado em 11/04/2023, às 08h56
Foto: Reprodução/TV Globo
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Por Revista Quem

Se você está acompanhando assiduamente o BBB 23, provavelmente notou que Amanda Meirelles tem a 'mania' de arrancar o próprio cabelo. Em uma conversa com Bruna Griphao, a médica relatou que além de arrancar os fios da cabeça, já chegou a usar uma pinça para tirar os pelos dos braços. A falha no couro cabeludo da participante foi notada pela cantora Aline Wirley, que pediu que Amanda não fizesse mais isso e a sister respondeu pedindo um abraço.

Amanda, na verdade, pode sofrer de tricotilomania. A síndrome se caracteriza pelo comportamento de arrancar impulsiva e repetidamente os fios dos cabelos ou pelos de outras partes do corpo -- conscientemente ou não. "É uma desordem de origem comportamental, na qual a pessoa tem um impulso ou vontade incontrolável de arrancar os fios dos cabelos ou pelos de qualquer outra região do corpo. Dessa forma, naquela região surge uma irritação e faz com que os pelos da área fiquem rarefeitos", diz Fayruss Costa, dermatologista e sócia do grupo PELE face.

O que é Tricotilomania? "É uma desordem, de origem comportamental, na qual a pessoa tem um impulso ou vontade incontrolável de arrancar os fios dos cabelos ou pelos de qualquer outra região do corpo. Dessa forma, naquela região surge uma irritação e faz com que os pelos da área fiquem rarefeitos. Esse ato pode até acontecer de forma consciente, mas torna-se uma ação automática", explica Fayruss. Ela diz que esse é um transtorno que está classificado dentro do quadro de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). "Não se sabe, ao certo, a causa inicial, podendo acontecer em decorrência do estresse ou qualquer outro fator que influencie na saúde mental do paciente, desencadeando o início dessa doença. Existem casos em que o paciente fica curado, mas volta a apresentar o mesmo problema. Acontece mais entre os 10 a 13/15 anos de idade, tanto em meninas quanto meninos, mas, na fase adulta, ocorre mais em mulheres", explica.

Quais as consequências para a saúde de quem sofre com a síndrome? A médica conta que, apesar de não oferecer maiores riscos à saúde física, a principal consequência é estética. "Aquele região pode sofrer alopecia, por causa do “trauma” que o folículo capilar sofre, em decorrência dos distúrbios repetitivos. Além disso, é possível ter uma lesão permanente, onde os processos cicatriciais não permitem que nasçam mais pelos naquela área", diz, acrescentando que, do ponto de vista psicológico e psiquiátrico, pode haver uma evolução para depressão e ansiedade severa.

Como tratar? "Sendo um transtorno psicológico, a gente preza por tratar o quadro como um todo, até que a gente termine o tratamento e o paciente fique realmente curado. Nós chamamos esse tratamento de multidisciplinar, mas a participação do dermatologista é primordial, pois ele vai cuidar daquela região que está sem pelo, utilizando medicamentos específicos para estimular o crescimento e repilação. Podem ser feitos medicamentos locais e orais, além do uso de lasers que possuem o mesmo intuito dos remédios", ensina.

Como evitar? Assim como o tratamento, "conseguimos evitar se houver o controle do quadro psicológico e psiquiátrico do paciente, com medicamentos e terapia cognitivo-comportamental, além de uma análise personalizada e aprofundada. Tudo isso até que o paciente aprenda a lidar com esse transtorno e saiba evitar desencadear esse problema".

Como contornar o "estrago"? Tricotilomania é um problema reversível, do ponto de vista dermatológico, pois "o pelo pode voltar a nascer naquela região, não acontecendo cicatriz, lesão, infecção secundária ou alguma outra alteração". "Só o fato do paciente parar de arrancar já pode ajudar na repilação, mas é interessante que haja o tratamento, para que o paciente se sinta bem e tenha estabilidade emocional. Uma das melhores formas para contornar o problema é fazer com que a área esteja cheia de pelos, pois isso vai fazer com que o paciente se sinta mais confortável e terá que lidar com o problema. É preciso tratar todos os aspectos ao mesmo tempo, para ter os melhores resultados e evitar que ele volte ao quadro inicial", finaliza Fayruss.

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