TSE barra candidatura de Garotinho no Rio com base na Lei da Ficha Limpa

Publicado em 27/09/2018, às 22h43
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Por Folhapress

Por unanimidade, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitou nesta quinta-feira (27) a candidatura de Anthony Garotinho (PRP) ao governo do Rio.

Os ministros entenderam que ele não pode concorrer porque sua candidatura esbarra na Lei da Ficha Limpa.

A decisão tem efeito imediato e ele está proibido de fazer campanha e de receber novos recursos para isso.

Garotinho tentava reverter uma decisão do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro). No começo do mês, por unanimidade, o TRE-RJ indeferiu o registro de sua candidatura.

Ele foi condenado por improbidade administrativa em maio deste ano, sob acusação de fraudes na saúde durante o mandato de sua mulher, Rosinha Garotinho (2003-2006), que geraram mais de R$ 234 milhões de danos ao erário.

O ministro Og Fernandes, relator do caso, havia concedido liminar (decisão provisória) para permitir que Garotinho fizesse campanha até que a ação fosse analisada pelo plenário do TSE.

No julgamento, o próprio ministro revogou a liminar.

Além de Og Fernandes, votaram para barrar Garotinho na eleição os ministros Admar Gonzaga, Tarcísio Vieira, Jorge Mussi, Alexandre de Moraes –que substituiu Luís Roberto Barroso no julgamento–, Edson Fachin e Rosa Weber, presidente do tribunal.

A defesa de Garotinho deve recorrer da decisão, no próprio TSE e no STF (Supremo Tribunal Federal).

"O dolo está devidamente assentado", disse Gonzaga.

Para Fachin, não há dúvidas sobre a condenação de Garotinho.

Moraes destacou que a Justiça Eleitoral reconheceu os fatores que levaram Garotinho a ser considerado inelegível.

"O candidato ostenta condenação em segundo grau", ressaltou Mussi. Os magistrados entenderam ainda que não houve cerceamento de defesa.

O vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, disse que Garotinho era "sabidamente inelegível".

Ainda que considerado inelegível pelo TSE, Garotinho estará nas urnas no dia 7 de outubro. Isso porque, segundo o TRE-RJ, já foi feito o processo de inseminação das urnas, não sendo mais possível excluir o candidato. Sua situação constará como "indeferido com recurso" e os votos a ele serão considerados nulos, a menos que a decisão do TSE seja revertida.

Segundo pesquisa Ibope divulgada na terça-feira (25), o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) liderava as intenções de voto para o governo do Rio, com 24% das intenções de voto. Garotinho havia subido quatro pontos e alcançado 16%, mesmo resultado do ex-jogador Romário (Podemos), que registrou trajetória de queda no levantamento.

Outro lado

O ex-governador Anthony Garotinho (PRP) classificou a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de indeferir sua candidatura ao Palácio Guanabara, como "uma violência".

Garotinho eximiu os ministros do TSE de responsabilidade sobre a decisão que retirou sua candidatura.

Afirmou que os magistrados julgaram com base nas informações enviadas pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de Janeiro, que ele considera "contaminado".

"Tenho certeza de que com o processo em mãos, o STF não permitirá essa violência. O que ocorre contra mim é uma violência. TSE tomou a decisão movido por decisões erradas do TRE-RJ, dominado por alguém que eu denunciei na notícia-crime da Lava Jato: sr. Luiz Zveiter [ex-presidente do Tribunal de Justiça]", disse.

Ao mesmo tempo, ele criticou o que considerou celeridade na decisão sobre seu caso. Vinculou o julgamento ao seu crescimento na última pesquisa Ibope.

"Não querem que eu seja candidato? Fizeram esse julgamento para me tirar do debate de amanhã? Querem parar a investigação da Lava Jato no RJ porque denunciei pessoas poderosas? Entrou em pauta porque subi nas pesquisas? É melhor assumir", disse ele.

O ex-governador do Rio afirmou, ainda, que o caso não poderia ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa porque a decisão não apontou enriquecimento ilícito de sua parte.

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