Onze ararinhas-azuis recapturadas no Brasil testaram positivo para circovírus, uma infecção letal para psitacídeos, levando à sua retirada da natureza e levantando preocupações sobre a saúde da espécie ameaçada de extinção.
O circovírus, que causa a doença do bico e das penas, não tem cura e pode resultar em morte, sendo a primeira ocorrência documentada em populações selvagens no Brasil, segundo o ICMBio.
Medidas de biossegurança foram reforçadas, incluindo a separação de aves infectadas e a aplicação de multas ao criadouro responsável, enquanto novas reintroduções da espécie foram suspensas até que a situação sanitária seja controlada.
As 11 ararinhas-azuis que foram recapturadas no início deste mês testaram positivo para circovírus, divulgou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) nesta quarta-feira. O vírus pode ser letal para a maior parte dos casos encontrados nos psitacídeos (grupo de aves que inclui araras, papagaios e periquitos).
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As aves repatriadas da Europa e mantidas no Criadouro para Fins Conservacionistas do Programa de Reintrodução da Ararinha-Azul, anteriormente identificado como BlueSky, em Curaçá (BA), foram posteriormente soltas na região em 2022. A iniciativa faz parte dos esforços de conservação da espécie (Cyanopsitta spixii), hoje, ameaçada de extinção. Os 11 indivíduos foram recapturados e retirados da natureza após suspeita da infecção pelo vírus, em maio deste ano.
O ICMBio, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), afirma, em nota, que "no momento, investigações vêm sendo realizadas para conhecer a origem do vírus nas ararinhas". Entre as ações previstas está ainda "a separação segura entre animais positivos e negativos, para garantir que as medidas de biossegurança sejam incorporadas à rotina de manejo dessas aves".
O Criadouro Ararinha-Azul discorda dos diagnósticos. Em nota, a instituição afirma que foram coletadas amostras biológicas e realizados três testes para cada ave recapturada. Segundo o criadouro, "dois dos testes utilizaram a metodologia recomendada internacionalmente indicaram resultado positivo para apenas 2 aves. Uma terceira apareceu positiva para apenas um desses dois testes. O terceiro teste usando uma técnica nova com maior risco de erro que apontou resultado para as 11 aves".
Oriundo da Austrália, o circovírus dos psitacídeos é o principal causador da doença do bico e das penas em psitacídeos. O ICMBio destaca que não há cura e que o vírus mata a ave infectada na maior parte dos casos. Os sintomas incluem a alteração na coloração das penas, falhas no empenamento e deformidades no bico. O circovírus não infecta humanos nem aves de produção, como galinhas e patos, destaca o órgão.
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