Para se chegar a essas afirmações, o estudo recriou o mecanismo usado nos cigarros eletrônicos. Assim como os e-cigarettes, as máquinas de teste usam o calor produzido por baterias para vaporizar um líquido (que o fumante inala ao tragar). Normalmente, os fluidos possuem glicerina, aromatizantes e nicotina. Os cientistas também extraíram macrófagos alveolares de amostras de tecidos pulmonares fornecidas por oito pessoas não fumantes – e que nunca tiveram asma ou outras doenças pulmonares.
No estudo, um terço das células foi exposto ao fluido de cigarros eletrônicos, um terço a vapor condensado e outro terço foi um grupo de controle, exposto a nada, durante 24 horas.
Os resultados mostraram que o vapor condensado foi muito mais danoso às células que o líquido, com a capacidade dos macrófagos de englobar partículas claramente prejudicada. Também foi notado um aumento na produção de substâncias inflamatórias. “Eu não acredito que os cigarros eletrônicos sejam mais danosos que os tradicionais”, disse David Thickett, autor do estudo. “Mas nós devemos ser céticos de que eles sejam tão seguros quanto estamos sendo levados a acreditar.”
É fato que o vapor dos cigarros eletrônicos possui bem menos substâncias cancerígenas que a fumaça do cigarro tradicional. Mas, a longo prazo, esse vapor pode deixar o sistema respiratório bem mais frágil e suscetível a doenças sérias. Em suma: o cigarro eletrônico não é tão inofensivo quanto se diz por aí.
