Vaquinha para ajudar agredido por ex-atleta de vôlei passa de R$ 210 mil

Publicado em 16/04/2023, às 13h52
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por Extra online

O sonho de sair do aluguel e comprar uma casa própria para ele e sua família está perto de ser concretizado pelo entregador de aplicativo Max Ângelo dos Santos, que foi agredido pela ex-atleta e professora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá . A vaquinha virtual criada para ajudá-lo, que tinha como meta arrecadar R$ 190 mil, superou as expectativas e em menos de 48 horas já passou de R$ 210 mil de mais de 7.200 doadores. A iniciativa tem o apoio do apresentador Luciano Huck e do ator João Vicente de Castro.

O que aconteceu com Max Ângelo?

  • A professora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá desferiu ao menos quatro chibatadas contra o entregador Max Angelo Alves dos Santos no último domingo
  • Ao passar por entregadores, começou a atacar verbalmente o grupo, dizendo para eles "voltarem para a favela".
  • Max registrou duas ocorrências contra Sandra Mathias, que foi banida de plataforma de delivery após o caso
  • Após a repercussão, Max ganhou do iFood uma motocicleta e uma bicicleta elétrica
  • Uma vaquinha para entregador agredido por ex-atleta de vôlei comprar casa própria já arrecadou de R$ 100 mil em menos de um dia

"Moro de aluguel e, ter uma casa própria, me ajudaria à juntar dinheiro e pagar cursos para as crianças. Quero que eles tenham acesso à educação que, infelizmente, eu e meus irmãos não tivemos. Espero que minha história faça algum efeito", disse Max, em depoimento a O GLOBO.

Ouvido novamente neste domingo o entregador disse que não quer se precipitar e ainda não procurou nenhum imóvel. Ele está esperando a vaquinha ser concluída. Enquanto isso tenta voltar a vida normal. Contou que sua história sensibilizou muita gente, não só no Rio. Max contou que soube por meio de amigos da Rocinha quer estão vivendo no exterior, que a repercussão de sua história ultrapassou as fronteiras do país."Moro de aluguel e, ter uma casa própria, me ajudaria à juntar dinheiro e pagar cursos para as crianças. Quero que eles tenham acesso à educação que, infelizmente, eu e meus irmãos não tivemos. Espero que minha história faça algum efeito", disse Max, em depoimento ao O GLOBO.

Ouvido novamente neste domingo o entregador disse que não quer se precipitar e ainda não procurou nenhum imóvel. Ele está esperando a vaquinha ser concluída. Enquanto isso tenta voltar a vida normal. Contou que sua história sensibilizou muita gente, não só no Rio. Max contou que soube por meio de amigos da Rocinha quer estão vivendo no exterior, que a repercussão de sua história ultrapassou as fronteiras do país.

coisa que aconteceu da forma mais horrível. Não joguei o vídeo (da agressão) nas redes sociais buscando fama, mas justiça. Isso que está acontecendo é o reconhecimento de que nossa classe de entregadores vem sendo muito hostilizada. Fico triste que esse tipo de coisa (discriminação e racismo) ainda aconteça. Meu caso tem sensibilizado outras pessoas que foram vítimas de racismo. Quando elas me procuram eu digo que o problema não vai acabar, mas se denunciarmos, como fiz, poderá ajudar a reduzir.

O entregador também ganhou uma motocicleta e uma bicicleta elétrica na sexta-feira. Nas redes sociais, circula um vídeo em que o entregador recebe as chaves da moto. Além disso, o rapaz contou que também está recebendo diversas propostas de emprego. Nessa segunda-feira, disse que vai comparecer a uma entrevista de trabalho na Barra da Tijuca, mas preferiu não dar detalhes, para não atrapalhar.

— Quero continuar trabalhando, tento uma vida normal.

Até setembro do ano passado, Max trabalhava como porteiro em um prédio na Zona Sul. Paralelamente atuava como entregador de aplicativo. O que era para servir de reforço na renda acabou virando sua principal remuneração, com o desemprego. As entregas rendem em média R$ 1 mil, por mês. Somente o aluguel (R$ 600 mensais) e pensão dos filhos R$ 400), consomem integralmente esse valor.

Max tem usado seu perfil nas redes sociais para falar sobre o caso. Nas publicações, muitas mensagens de carinho e de apoio são enviadas por pessoas até mesmo de outros estados que souberam das agressões, após a grande repercussão na internet e em notícias. Já Sandra, tem recebido ofensas e xingamentos, não raro sendo chamada de racista.

Mulher foi banida - A ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, que agrediu entregadores em São Conrado, no domingo passado (9), foi banida do iFood. Em nota enviada ao GLOBO, a empresa disse que "não tolera ofensas ou agressões a entregadores e entregadoras nem manifestações de preconceito, assédio, bullying e incitação à violência".

A empresa explicou que "também serão punidos com a suspensão ou o cancelamento da conta os clientes que demonstrarem atitudes que envolvam homofobia, racismo, intolerância religiosa ou política, machismo, capacitismo — ou qualquer ação que tenha como objetivo ferir fisicamente ou emocionalmente os entregadores e entregadoras".

Relembre o caso - Vídeos que circulam nas redes sociais mostraram o momento em que Sandra Mathias Correia de Sá, que estava passeando com o cachorro por uma rua de São Conrado, bairro da Zona Sul do Rio, passou por alguns entregadores que trabalham em uma loja do bairro. Ela parou e começou a atacar verbalmente o grupo, dizendo para eles "voltarem para a favela". Depois, ela tirou a coleira do cachorro e passa a chicotear as costas de um deles, Max Angelo dos Santos.

Na terça-feira, Sandra foi intimada a comparecer à 15ª Delegacia de Polícia (Gávea) por duas novas acusações: injúria e lesão corporal. A confusão, no último domingo, teria começado por insatisfação da mulher ao ver entregadores andando de moto na calçada em que ela passeava com o cachorro.

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