Vazamento de gás de motor inalado na ventilação causou morte de casal em Igaci, conclui Polícia Científica

Publicado em 07/10/2025, às 13h18
Casal morreu intoxicado por monóxido de carbono liberado pelo ar-condicionado do carro - Foto: Reprodução
Casal morreu intoxicado por monóxido de carbono liberado pelo ar-condicionado do carro - Foto: Reprodução

por Eberth Lins

Publicado em 07/10/2025, às 13h18

A Polícia Civil deve arquivar a investigação sobre a morte do casal encontrado desacordado dentro de um carro em Igaci, no interior de Alagoas. Larissa Viana dos Santos e José Jadilson Gomes da Silva, ambos de 19 anos, morreram intoxicados por monóxido de carbono, segundo laudo divulgado nesta terça-feira (07) pela Polícia Científica. 

O monóxido de carbono é um gás inodoro e altamente letal quando inalado em ambientes fechados. Larissa foi encontrada morta no banco do passageiro. José Jadilson chegou a ser socorrido, mas morreu horas depois no hospital.

Durante coletiva, a perita criminal Lívia Rocha confirmou a causa da morte e descartou outras substâncias como fator determinante. “Os achados necroscópicos e toxicológicos, nós fechamos [o laudo] como asfixia por monóxido de carbono", disse.

Ela explicou que foram analisadas amostras de sangue e urina do casal. "Não encontramos outras substâncias de relevância forense e a dosagem alcoólica em ambos deram negativa. Embora o laudo de local detectou presença de garrafas de bebidas, nós não constatamos que no momento do óbito eles estavam sob influência do álcool, então a hipótese foi se direcionando para a intoxicação pelo monóxido", completou.

Ainda segundo a perícia, não havia sinais externos de violência nos corpos, o que reforça a tese de que a morte foi acidental. O gás teria vazado do sistema de refrigeração do veículo. Com o laudo conclusivo e sem indícios de crime, o caso deve ser encerrado.

"O exame apontou que o gás estava sendo liberado por um pequeno vazamento entre o coletor e o tubo de escape do motor, causado, possivelmente, por ruptura da junta de vedação. O monóxido de carbono se acumulava no compartimento do motor e, através dos dutos de ventilação, era conduzido para o interior do veículo, transformando o carro em uma câmara letal", afirmou Cantuária.

Um caso semelhante foi registrado em janeiro de 2024, em Santa Catarina, quando quatro jovens foram encontrados mortos dentro de uma BMW em Balneário Camboriú. Segundo os peritos, o sistema de escapamento da BMW havia sido adulterado, o que causou o vazamento do gás tóxico para dentro do carro. 

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