Veja o embate entre MP e defesa dos réus após falas de testemunhas no júri do 'caso Peu'

Publicado em 02/10/2025, às 16h03
Julgamento ocorre no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, e é conduzido pelo juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara da Capital - Eberth Lins / TNH1
Julgamento ocorre no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, e é conduzido pelo juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara da Capital - Eberth Lins / TNH1

Por Paulo Victor Malta e Theo Chaves

Após os depoimentos das testemunhas no julgamento dos réus Milton Pereira da Silva Neto e Jonas Paulo Santana Cané, acusados de participação na morte de Pedro Lúcio dos Santos, o "Peu", o Ministério Público do Estado e a defesa dos réus conversaram com o TNH1 na tarde desta quinta-feira, 2, e citaram os argumentos para convencer o júri popular a condenar os réus por homicídio triplamente qualificado ou absolvê-los dos crimes.

Peu, que era torcedor fanático do CSA, foi brutalmente assassinado depois do jogo entre CSA e Confiança, no dia 4 de maio de 2023. Ele foi espancado com barras de ferro, pedras e paus, enquanto estava em um churrasquinho ao redor do estádio. Mais de dez pessoas foram apontadas como suspeitas, em 2023, ano do crime, de participar do homicídio, porém apenas duas sentam no banco dos réus nesta quinta-feira.

"Eles estão sendo julgados por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, meio cruel (múltiplos ferimentos) e o fator surpresa, que dificultou a defesa da vítima. Há também crime de corrupção de menores, já que também participaram dois menores. Uma pessoa que presenciou disse que o Milton estava. Ouvimos agora uma testemunha que disse claramente que ambos confessaram. Isso não é fofoca. Essa pessoa é um depositário de confissão extrajudicial. Isso é uma prova muito forte", afirmou a promotora Adilza de Freitas.

O julgamento acontece desde o início da manhã, no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, e é conduzido pelo juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara da Capital.

"Temos provas cabais que eles participaram da morte, da execução do meu irmão, o amado e querido Peu. Estamos colocando para que os jurados possam ter esse entendimento ao final. Fotos, vídeos e as testemunhas que temos aqui presentes. (As imagens) Mostram não só deles, como de todos que estavam envolvidos", disse Jabor Ferreira da Silva, assistente de acusação.

Pelo lado da defesa, a advogada Ana Neli Viana rebateu que não existem provas e que os réus devem ser inocentados.

"A defesa vai pela negativa de autoria. Já acabou nesse momento a fase da oitiva das testemunhas, vai passar agora para os réus. A defesa entende que não existe prova nenhuma. Infelizmente, apesar do crime brutal, nós temos dois inocentes sentados hoje na cadeira dos réus. O que nós conseguimos ver nas imagens? Várias pessoas. As testemunhas deixaram bem claro nos depoimentos presenciais, estavam todos encapuzados, com uma camisa que não dava para ver a fisionomia. A defesa entende nesse momento que, o simples fato de alguém achar, não é suficiente para uma condenação. A defesa espera que no final seja feita justiça e que esses dois inocentes, que estão presos há quase três anos, possam ir para casa".

A expectativa é que o julgamento se estenda ao longo desta quinta-feira.

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