por Pedro Acioli*
Publicado em 18/08/2025, às 11h15
Um caso de racismo foi registrado em uma partida de futebol da categoria sub-13 entre CRB e UNEC pela Copa Paraíso das Águas. Uma banana foi lançada em direção ao árbitro Andreo Richardson. O caso aconteceu nesse domingo (17), no Estádio da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no bairro Cidade Universitária, em Maceió.
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O confronto era a final do campeonato, e o CRB estava aplicando uma goleada por 5 a 0. Quando o relógio marcava seis minutos da segunda etapa, o juiz decidiu expulsar o técnico do UNEC e um torcedor arremessou a banana no gramado.
A transmissão oficial registrou todo o momento. Nas imagens, é possível ver quando a fruta cai no gramado e um dos atletas pega e entrega para uma pessoa da comissão. O assistente pega a banana, entrega para o juiz, que aciona o protocolo antirracismo e encerra o jogo. Assista ao vídeo:
Clubes e competição repudiaram
A organização da Copa Paraíso das Águas divulgou uma nota nas redes sociais e declarou que as providências cabíveis serão tomadas. Confira:
“Nós, da organização da Copa Paraíso das Águas, repudiamos todo e qualquer ato de racismo. Iremos tomar todas as decisões cabíveis para que os responsáveis sejam punidos. Nenhum ato racista será jamais tolerado.”
O CRB classificou o ato como “inaceitável” e afirmou que a atitude fere os princípios do esporte, além de pedir que a atitude seja punida com o rigor necessário. Leia:
"O Clube de Regatas Brasil lamenta o episódio ocorrido na final da Copa Paraíso das Águas Sub-13, quando um torcedor atirou uma banana no árbitro Andreo Richardson. Esse ato de racismo é inaceitável e fere os princípios do esporte, que devem ser pautados pelo respeito, inclusão e diversidade.
O CRB repudia veementemente toda forma de discriminação e reforça seu compromisso com a luta contra o racismo, dentro e fora de campo, defendendo que atitudes como essa sejam punidas com o rigor necessário".
O UNEC também se posicionou e destacou o fato acontecer em uma partida de futebol de base, quando estava sendo trabalhada a formação do cidadão. Veja:
"Lamentamos o fato ocorrido em nosso jogo, isentamos totalmente de culpa as duas instituições envolvidas na partida de futebol, ficou claro nossa surpresa na situação envolvendo o árbitro, onde um racista disfarçado de torcedor atirou uma casca de banana em campo, fazendo com que o jogo fosse encerrado aos 6 minutos do segundo tempo.
O que mais nos deixa profundamente sentidos que além desse ato racista covarde a partida em questão era da categoria sub 13, no cenário em que estamos trabalhando a formação do cidadão e tivemos que presenciar tal situação.
Nossa nota de repúdio não trás apenas um sentimento raso sobre esse assunto, mas estamos verdadeiramente sentidos com o ocorrido. Lutaremos sempre por diretos iguais e que sempre o respeito ao próximo seja a premissa de nossa formação, apesar de um ato covarde ter paralisado um jogo de crianças, seguimos crendo que através de cada ato unitário seremos uma grande parcela para a mudança de uma sociedade".
Protocolo antirracismo
Aprovado em 2024, a FIFA divide o protocolo em três etapas: paralisação, suspensão e abandono da partida. No primeiro ponto, o árbitro observa ou recebe uma denúncia de abuso. Ele usará o Gesto de Não ao Racismo cruzando os braços para sinalizar o incidente, decidindo se interrompe ou não a partida.
No passo dois, se o incidente não cessar após o reinício da partida, o árbitro suspende a partida e instrui ambas as equipes a retornarem aos vestiários.
Já no último passo, se o incidente não cessar após o reinício da partida, o árbitro encerrará a partida. Isso só acontecerá após consulta às autoridades e especialistas competentes e somente quando for seguro interromper a partida.
O TNH1 entrou em contato com a organização do evento e com a Polícia Militar para saber se o suspeito chegou a ser detido e aguarda a resposta.
*Estagiário sob supervisão
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